Pai escreve carta a filho assassinado com apenas dois anos: “desculpa não estar lá para salvar-te”

O pequeno James Bulger foi brutalmente assassinado quando tinha apenas dois anos. Os agressores tinham 10 anos e aquele que é um dos crimes mais revoltantes de sempre ainda dá que falar.

James Bulger tinha apenas dois anos quando foi raptado por Jon Venables e Robert Thompson num centro comercial em Bootle, Merseyside, Inglaterra. Os raptores, então com somente 10 anos, abandonaram o corpo torturado numa linha de comboio. Numa altura em que se assinalam os 30 anos da morte da criança, Ralph Bulger, de 56 anos, escreve uma carta ao filho falecido. Que foi partilhada pelo The Sun.

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“Não acredito que já passaram 30 anos desde a última vez que vi o teu lindo rosto. Os anos passaram, mas houve dias em que a dor da tua perda pareceu uma eternidade miserável”, começa por escrever. “Desculpa não estar lá para proteger-te. Lamento não ter te salvado do terror. Acima de tudo, sinto muito por nunca teres tido a oportunidade de crescer e ter a tua própria vida”, prossegue.

“Pensei que te tinha para sempre, mas estava errado”

Numa missiva carregada de emoção, o pai fala do amor pelo filho. “Espero que saibas o quanto foste amado. A tua alegria era a minha alegria. Quando eles te roubaram de mim… o mundo tornou-se num lugar muito escuro. Pensei que te tinha para sempre, mas estava errado. Não pude salvar-te, mas posso tentar proteger outras crianças como tu”, termina.

Ralph Bulger tem passado as últimas três décadas a tentar proteger crianças dos assassinos Jon Venables e Robert Thompson. O segundo está atualmente em liberdade. Já o primeiro, que foi depois condenado por pornografia infantil, está a tentar ter acesso a liberdade condicional.

O que aconteceu em 1993?

A morte do pequeno James Bulger permanece como um dos mais chocantes da história do Reino Unido. Jon Venables e Robert Thompson raptaram o menino que torturaram e abusaram sexualmente, para depois abandonarem o corpo. O crime fez dos assassinos os mais jovens em mais de 250 anos. Os agressores andaram mais de dois quilómetros com o menino e foram vistos por quase 40 pessoas ao longo do percurso. Chegaram a ser abordados por diversas pessoas e diziam que o menino angustiado era o irmão mais novo ou que era uma criança perdida que estava a ser levada para uma esquadra de polícia.

A dupla começou por atirar tinta azul para a cara da criança. Seguiram-se pedras e uma pancada forte com um ferro. Ao todo, foram 42 agressões ao pequeno James. Que estava sem roupa da cintura para baixo. James foi resistindo a todos os golpes e o corpo foi abandonado para morrer, coberto com pedras, para que parecesse um acidente. A família passou a noite à procura do menino que seria encontrado no dia seguinte.

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O crime aconteceu em 1993 e os assassinos foram os mais jovens a serem condenados. Em 2001, foram libertados de uma instituição para jovens e receberam novas identidades. Jon Venables recebeu uma nova identidade em mais duas ocasiões pois revelava às pessoas ser um assassino condenado. Acabou novamente detido em 2010, devido a pornografia infantil. Foi libertado em 2013 e novamente detido, em 2017, pelo mesmo crime. O caso tem suscitado muita polémica ao longo dos anos. Os agressores foram acusados de serem tratados com muitas regalias ao longo da detenção. Foram gastos milhões para os reabilitar e a família não terá recebido qualquer ajuda.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: DR

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