Ordem dos Médicos solidariza-se com médica agredida e reclama medidas

Médica foi espancada e teve de ser operada a um olho.

Ordem dos Médicos solidariza-se com médica agredida e reclama medidas

A Ordem dos Médicos condenou este sábado, 28 de dezembro, a agressão, esta sexta-feira, 27 de dezembro, a uma médica que assegurava o serviço de urgência do Hospital de Setúbal e exigiu uma «intervenção urgente» do Ministério da Saúde, do Ministério Público e de outras entidades.

LEIA DEPOIS

Cristiano Ronaldo joga à bola com criança sem pernas

Em comunicado, a Ordem dos Médicos considera o ocorrido «absolutamente inaceitável», lembra que configura crime público e pede intervenção urgente das entidades governamentais e judiciárias.

«A nossa primeira palavra de solidariedade é para com a nossa colega violentada em pleno local de trabalho. Não é de todo aceitável que quem está a salvar vidas não veja a sua própria vida devidamente protegida», refere o bastonário da OM, Miguel Guimarães. A OM alerta que os casos de violência contra profissionais de saúde estão a aumentar e lamenta que «este aumento exponencial da violência seja mais um sinal de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não está bem».

«Este tipo de agressões vem mais uma vez revelar a fragilidade da política autoritária que está a ser seguida pelo Ministério da Saúde. Na verdade, a falta de um plano estruturado para a saúde que inclua as reformas essenciais e um investimento sério na saúde das pessoas, mas também nos profissionais que todos os dias fazem o SNS, está a resultar numa desestruturação do próprio serviço público com taxas cada vez mais elevadas de abandono, de absentismo, de sofrimento ético, de ‘burnout’ e de violência física e psicológica», adverte a OM.

OM pede «um SNS em que o respeito, a confiança, a segurança e a qualidade imperem»

A OM pede também uma intervenção «mais assertiva das autoridades judiciais nestes casos e que o Ministério da Saúde tenha uma intervenção rápida e urgente», com medidas e políticas concretas que permitam prevenir este tipo de situações e devolver aos profissionais e aos utentes «um SNS em que o respeito, a confiança, a segurança e a qualidade imperem em todas as suas vertentes».

«Corremos o risco de termos cada vez menos profissionais disponíveis para trabalhar em contextos exigentes como o serviço de urgência», aponta Miguel Guimarães, lembrando que «a qualidade e a segurança clínica também podem ser afetadas pelos contextos de pressão excessiva».

A OM vai também exigir responsabilidades ao Conselho de Administração do Hospital de Setúbal, dar todo o apoio à médica agredida e prevenir todos os médicos que não devem trabalhar sem as as condições adequadas, designadamente aquelas que não garantem segurança clínica e segurança física.

O aumento dos casos de violência e de ‘burnout’ levou a OM a criar em maio o Gabinete Nacional de Apoio ao Médico.

Médica teve de ser operada a um olho

Segundo noticia o Correio da Manhã, a médica, de 65 anos, foi esbofeteada e espancada, e teve que ser operada a um olho, depois de ter sido agredida por uma mulher de 25 anos, que ficou em liberdade apesar de ter espancado violentamente a médica que a atendeu na Urgência do Hospital de São Bernardo, Setúbal.

A agressão, de acordo com o jornal, resultou do facto da médica ter informado a agressora de que não estava grávida e que, por isso, poderia aguardar pelo exame na sala de espera.

LEIA MAIS
Meteorologia: O tempo para esta segunda-feira, 30 de dezembro

Impala Instagram


RELACIONADOS