Oficiais da GNR consideram que alegados casos de racismo devem ser “meticulosamente investigados”

A Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG) considerou hoje que os alegados casos de comportamentos racistas de militares da GNR devem ser “meticulosamente investigados” pelas entidades competentes e “internamente pela Guarda” para serem aplicadas “as medidas adequadas”.

Oficiais da GNR consideram que alegados casos de racismo devem ser

Oficiais da GNR consideram que alegados casos de racismo devem ser “meticulosamente investigados”

A Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG) considerou hoje que os alegados casos de comportamentos racistas de militares da GNR devem ser “meticulosamente investigados” pelas entidades competentes e “internamente pela Guarda” para serem aplicadas “as medidas adequadas”.

“Os casos eventualmente detetados deverão ser meticulosamente investigados pelas entidades competentes e internamente pela Guarda, de modo a serem aplicadas as medidas adequadas”, refere a associação que representa os oficiais da Guarda Nacional Republica, numa resposta envia à agência Lusa.

Uma reportagem de um consórcio português de jornalismo de investigação, que inclui jornalistas, advogados e académicos, deu conta que alegadamente quase 600 membros da PSP e GNR, a maioria no ativo, usam as redes sociais para violar a lei ao escreverem mensagens racistas e que incitam ao ódio.

A ANOG considera também que eventuais casos de racismo ou comportamentos análogos que possam existir “não refletem a esmagadora maioria dos militares da GNR, que diariamente atuam ao serviço e na proteção dos cidadãos portugueses independentemente da sua cor de pele, ascendência, orientação sexual, território de origem ou religião”.

“Uma instituição como a Guarda Nacional Republicana não tolera, nem pode tolerar, ter nas suas fileiras militares com ideias contrárias ou sequer divergentes à lei base do nosso país, nem às regras de convivência que regem a nossa sociedade e que a Guarda pugna diariamente por fazer cumprir”, precisa aquela associação.

A ANOG salienta também que é errada a ideia de que nada foi feito até ao momento, uma vez que “casos identificados de militares com comportamentos desviantes nestas ou noutras áreas, foram e continuam a ser devidamente tratados e punidos”.

“Sendo a GNR uma instituição com mais de 22 mil militares, o trabalho de pesquisa de comportamentos ou ideias contrárias às defendidas pela Guarda é um trabalho permanente e inacabado, mas que ocorre em permanência”, refere ainda a associação que representa os oficiais daquela corporação.

Segundo a investigação jornalística, mais de três mil publicações de militares da GNR e agentes da PSP, nos últimos anos, mostram que as redes sociais são usadas para fazer o que a Lei e os regulamentos internos proíbem.

Após a divulgação do trabalho jornalístico, o Governo anunciou que a IGAI vai abrir um inquérito a este caso das publicações nas redes sociais.

Também a Procuradoria-Geral da República já anunciou que abriu um inquérito a estas publicações.

Na quarta-feira, a Inspetora-Geral da Administração Interna, o comandante-geral da GNR e o inspetor nacional da PSP estiveram reunidos para analisarem o plano elaborado pela IGAI para prevenir qualquer forma de discriminação nas polícias.

Segundo a Inspeção-Geral da Administração Interna, a reunião pretendeu reforçar a “prevenção e combate a condutas discriminatórias, incitadoras do ódio e violência contra determinadas pessoas ou difusoras de juízos ofensivos da honra ou consideração de terceiros por parte de agentes das forças de segurança, na sequência das recentes notícias sobre a alegada publicação de mensagens daquele teor nas redes sociais”.

No final do encontro, a inspetora-geral da Administração Interna, o comandante da GNR e o inspetor nacional da PSP manifestaram “a vontade veemente de combater qualquer tipo de comportamento discriminatório” nas polícias.

Na reunião foi feito um ponto de situação à execução do Plano de Prevenção de Manifestações de Discriminação nas Forças e Serviços de Segurança, que existe desde 2020 nas polícias, e equacionadas “ações concretas a implementar, por cada uma das forças de segurança e em conjunto com a IGAI”, mas não especifica quais.

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By Impala News / Lusa

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