Noah correu risco de vida entre javalis, veados e saca-rabos

Área onde Noah desapareceu foi varrida cinco vezes por pessoas diferentes e caso a criança não tivesse sido encontrada um helicóptero iria ser ativado no dia seguinte.

“A cada hora, a probabilidade de a criança continuar com vida diminuía”, diz citado pela edição impressa do JN Albino Tavares, comandante da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Castelo Branco. O militar que chefiou durante 36 horas as buscas por Noah, de dois anos e meio, confessa o “alívio para todos os envolvidos quando a criança foi encontrada”. “Noah esteve sempre em risco”, diz. “Sobretudo, à noite, pois aquela zona tem mato muito intenso, onde existem javalis, veados e saca-rabos” – o chamado rato dos faraós introduzido em Portugal pelos árabes para a caça de roedores de grande porte e cobras.

Depois de comunicado o desaparecimento da criança, estabeleceu-se um raio de ação de cinco quilómetros, a partir da casa da família. Numa segunda fase das buscas, depois de vistas as pegadas, a T-shirt, os calções e a bota de o raio foi redefinido para Este, a direção dos vestígios e das peças que pertenciam ao menino.

Como foram definidas as buscas por Noah desde o primeiro momento

Enquanto esteve perdido, o bebé terá percorrido os trilhos formados pelos animais selvagens da zona. No dia e meio em que esteve desaparecido, Noah terá percorrido irregularmente aproximadamente 10 quilómetros, que que, em linha reta, do local onde foi encontrado à casa onde vive a distância é de quatro quilómetros. “Um adulto consegue andar um quilómetro em 10 minutos, enquanto uma criança demora 20 a 30 minutos”, diz Albino Tavares. “Damos uma margem de erro, que nos leva a alargar um pouco mais o raio inicial, para um desvio-padrão provável”, explica. Durante as buscas, o número de militares e populares envolvidos na operação foi aumentando, tal como os meios.

Participaram 140 militares de Castelo Branco, de Lisboa e do Porto e foram também usados cães de busca, motos e viaturas todo-o-terreno. Estiveram envolvidos ainda oito mergulhadores e drones, para vigilância aérea. A GNR contou ainda com a ajuda de bombeiros e de “uma centena” de populares para percorrer a área pré-definida. O primeiro raio “foi percorrido, pelo menos, cinco vezes, nas 36 horas”, garante o comandante da GNR de Castelo Branco, sempre por pessoas diferentes.

Cães e drones de infravermelhos para as buscas noturnas

“A criança podia ter-se escondido com medo do barulho ou as pessoas podiam ter sido menos cuidadosas a procurar”, justifica Albino Tavares. Ao voltar a percorrer o local, a intenção era aumentar as probabilidades de encontrar Noah. As buscas foram contínuas, de dia e de noite, “com cães e drones com câmaras de infravermelhos”. Preparando para a eventualidade de a criança não ser encontrada no segundo dia, estava previsto apoio aéreo de um helicóptero, no dia seguinte, para alargar ainda mais o raio de ação, o que não foi necessário: Noah acabou ser envcontrado, assistido e conduzido ao hospital, onde permaneceu no fim de semana com a mãe e as visitas constantes do pai.

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