Muda o género no BI para mulher para poder adotar as filhas [fotos e vídeo]

Para obter a guarda das filhas, um pai equatoriano optou por uma mudança de identidade de género no BI. Pai de duas meninas, está em processo judicial pela guarda das filhas, que vivem com a mãe biológica.

Salinas Ramos concluiu o processo de mudança de identidade de género no cartão de cidadão no Regitro Civil de Azuay, no sul do Equador. À imprensa local, o homem, que atualmente se identifica com o género feminino, declarou que decidiu fazê-lo para abrir um precedente legal na luta pela guarda das filhas e não por questões de identificação de género.

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Sublinha que não vê as filhas “há mais de cinco meses” e denuncia que vivem com a mãe biológica “num ambiente de violência”, factos que já denunciou às autoridades. Chocado, conta que a mãe não lhes dá às filhas o tratamento que merecem. Por isso, considera, é necessário “que as autoridades intervenham” e ouçam o seu grito desesperado para obter a custódia total das duas filhas.

“A mãe estava deixou a cidade e levou as meninas para longe de mim. Tivemos de cumprir a ordem de um juiz para tirar a minha filha mais velha de casa da avó. Estive ano e meio sem vê-la. Ninguém quis ouvir-me. Apresentei queixa por abuso, com fotos. O tribunal simplesmente diz que, até que o processo seja resolvido, as meninas devem ficar com a mãe.”

No Equador, como ela explica, “o sistema em seu país favorece as mães”. Por isso, tomou a decisão desesperada de mudar de identidade de género nos seus documentos oficiais para que também o considerem na luta que trava pelas filhas.

Agora, “também sou mãe”, diz, depois de alterar oficialmente a identidade de género para mulher

“Quero que conheçam a luta que começo hoje. Não contra uma pessoa, não para prejudicar ninguém, mas, sim, para lutar contra este sistema que tem estigmatizado o facto de ter nascido homem. O meu caso tem que ver com cuidar das minhas filhas. As leis dizem que quem tem direito é a mulher e neste momento sou mulher. Neste momento, também sou mãe. É assim que me considero. Tenho muita certeza da minha sexualidade. O que tenho procurado é dar o amor e a proteção que uma mãe deve dar aos filhos.

Salinas fez a alteração de género em todos os documentos de identidade, em 30 de dezembro. Isto é possível, já que o Equador aprovou uma lei em 2015 que permite que as pessoas mudem legalmente a identidade de género em documentos emitidos pelo governo. Esta alteração só pode efetuada uma vez, também de acordo com o que a lei passou a estipular. Assim, René, de 47 anos, será mulher para sempre – o que não o afeta porque “ser pai neste é punido”. “Servimos apenas para providenciar.”

“A lei está a tirar-nos o nosso direito a sermos pais”

Apesar de todos os esforços que tem feito para obter a guarda das filhas, a única coisa que as autoridades lhe disseram é que, enquanto o caso não for resolvido, as menores devem permanecer com a mãe biológica. O homem garante que tem condições para cuidar das crianças e destaca ainda que a lei está a retirar-lhe o direito de ser pai.

“A lei está a tirar-nos o nosso direito a sermos pais. Os homens são capazes de cuidar dos filhos em todas as circunstâncias. Podemos lavá-los, cozinhar para eles, tratarmos deles, mandá-los para a escola, contar-lhes uma história, partilhar com eles os mesmos momentos das mães”, afirma.

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