McDonald’s pede desculpa por anúncio polémico

A cadeia de hambúrgueres norte-americana McDonald’s pediu desculpa pelo seu mais recente anúncio publicitário, criticado por internautas chineses por retratar Taiwan como um país.

McDonald's pede desculpa por anúncio polémico

O McDonald’s pediu, esta quarta-feira, dia 23 de janeiro, desculpa pelo seu mais recente anúncio publicitário, criticado por internautas chineses por retratar Taiwan como um país. Trata-se de mais uma disputa com uma multinacional devido ao estatuto da ilha.

A cadeia exibiu em Taiwan, no dia 6 de janeiro, um anúncio publicitário, em que um estudante mostra um cartão de identificação, no qual Taiwan é identificado como um país.

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A imagem foi prontamente denunciada nas redes sociais chinesas, suscitando críticas pelos internautas.

«A nacionalidade deveria ser China! O que é Taiwan? Uma província. Por favor, ponham-se no vosso lugar», lê-se num comentário no WeChat, o Whatsapp chinês.

«O McDonald’s difundiu isto claramente para 1,3 mil milhões de chineses verem. Qual é o significado? Apoiar a independência de Taiwan?», questionou outro internauta.

Esta semana, a empresa divulgou um pedido de desculpas no Weibo, o Twitter chinês, afirmando que o anúncio foi feito por uma agência taiwanesa e que foi já retirado.

«A agência de publicidade não fez verificações rigorosas sobre as cenas e isso causou um mal-entendido, que lamentamos profundamente», lê-se.

«Sempre apoiaremos a política de ‘Uma só China’, e continuaremos a defender a soberania territorial do país», acrescentou o McDonald’s.

O princípio ‘Uma só China’ é visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território, apesar de cada lado fazer a sua própria interpretação desse princípio.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a «reunificação pacífica», mas ameaça «usar a força» caso a ilha declare independência.

Já Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista (PCC) tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China.

Pequim e Taipé concordam, no entanto, que existe uma só China.

Zara foi alvo de críticas de Pequim por identificar Taiwan como país nas etiquetas

No ano passado, dezenas de companhias áreas passaram a referir-se a Taiwan como parte da República Popular da China, cumprindo com as exigências de Pequim. British Airways, Lufthansa e Air Canada foram algumas das companhias que passaram a referir-se a Taiwan como parte da China.

A adoção de «Taiwan, China» ou «Taiwan, República Popular da China» nos portais eletrónicos e mapas das companhias aéreas representa outra vitória nos esforços do Partido Comunista Chinês em forçar empresas estrangeiras a aderir à sua visão geopolítica, mesmo em operações fora do país.

Também a japonesa Muji ou a espanhola Zara foram alvo de críticas de Pequim por identificaram Taiwan como país nas suas etiquetas ou portais eletrónicos.

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