Listas de vacinação incluem mortos e idosos já imunizados
A lista de contactos de utentes dada pela Saúde à Câmara de Cascais para agendar a toma da vacina inclui uma pessoa morta há 20 anos, idosos residentes em lares já vacinados e até emigrantes.
A lista de contactos de utentes dada pela Saúde à Câmara de Cascais para agendar a toma da vacina inclui uma pessoa morta há 20 anos, idosos residentes em lares já vacinados e até emigrantes.
“É um problema geral, as bases de dados estão desatualizadas“, disse o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras. Esta semana, a fiabilidade das bases de dados dos utentes voltou a ser levantada pelo autarca.
Cascais acordou com a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo que serão os serviços camarários – e não os centros de saúde – a ligar aos utentes e a marcar o dia e hora para a vacina.
“Não é só Cascais e não estamos na fase pior. Quando chegar à generalidade da população, vai ser a confusão total“, disse. O caso do utente morto há 20 anos “é extremo“, reconhece, mas ilustra o “dispêndio desnecessário” de energia.
Autarcas de Mafra e Vila Real discordam
O presidente dos Autarcas Social-Democratas e de Mafra, Hélder Sousa Silva, assegura que, no global, a convocatória corre bem. O autarca de Vila Real concorda embora reconheça algumas falhas, como a inclusão na lista de emigrantes.
De acordo com Rui Santos, o maior problema é a insistência da Saúde em centrar o agendamento no envio de mensagens. “Há pessoas com um desconhecimento absoluto do país real”, lamenta. Nesse sentido, explica que na freguesia de Abaças, só três dos 80 idosos têm telemóvel.
Em Gondomar, a Câmara está a colaborar no agendamento da vacinação e apela aos utentes que atualizem os dados. Marco Martins lembra que o plano do Governo passava por um sistema automático de SMS, que “não está a funcionar”.
Tal como escreve o JN, Diogo Urjais – presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar – no apelo ao Governo para que inicie uma operação de atualização das bases de dados, visto que o simulador tem dados em falta.
“Se a ministra da Saúde sabe disto e nada faz, está a ser politicamente criminosa. Que use as agências e os assessores que enaltecem a sua imagem”, diz o sindicalista.
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