Karla e Paul, o casal que violava e matava adolescentes

Karla Homolka e Paul Bernardo conheceram-se num bar e desde então semearam o pânico. Nem a irmã mais nova da ‘Barbie assassina’ escapou.

Karla Leanne Homolka, uma estudante do ensino secundário de 17 anos, tinha ido até um hotel em Scarborough, distrito de Toronto, no Canadá, para marcar presença numa palestra promovida por um fornecedor da clínica veterinária onde trabalhava. Paul Kenneth Bernardo, de 23 anos, um contabilista bem-sucedido que morava no distrito, estava presente no bar do hotel. Foi amor à primeira vista. Pouco tempo depois começaram a namorar e faziam tudo juntos. Paul visitava a casa da família da adolescente em St. Catharines, uma viagem de 1h30 desde Scarborough.

Conquistou a confiança dos pais e das irmãs mais novas de Karla, Laurie e Tammie, que apoiavam a relação. Contudo, uma tragédia ocorreria no natal de 1990, três anos depois de se terem conhecido e começado a namorar. Após a ceia, os pais permitiram que Tammie, de 15 anos, bebesse uma das bebidas que Paul tinha preparado. Depois de irem dormir, a jovem continuou a falar com o casal. Na madrugada de dia 25, porém, paramédicos tiveram de ser chamados para socorrê-la. A irmã encontrou-a desmaiada no chão e aparentava estar com uma “bola” na garganta.

Contudo, não se tratava de um desmaio: ela tinha morrido após engasgar-se no próprio vómito. Meses depois, o jovem casal mudou-se para uma casa em Port Dalhousie, uma comunidade de St. Catharines, não muito longe da residência da família da jovem. No final de junho de 1991, trocaram alianças. No dia da cerimónia, foram encontrados restos mortais de uma jovem. Bill Grekul, residente da região, tinha ido andar de canoa quando encontrou membros de um cadáver presos a pedaços de betão no fundo do lago. O corpo esquartejado era de uma jovem de 14 anos desaparecida havia semanas, Leslie Mahaffy.

Jovens foram torturadas e violadas antes de ser assassinadas

Pouco menos de um ano depois, em abril de 1992, Kristen French, de 15, é sequestrada em St. Catharines enquanto regressava a casa vinda da escola. Testemunhas viram-na a ser atirada para dentro de um carro por dois indivíduos. Duas semanas depois, o corpo foi encontrado num bosque. Estava nua, de cabeça rapada e em posição fetal. embora acreditassem que os casos estivessem ligados, a polícia canadiana não tinha qualquer pista de quem seriam os responsáveis. É então que, em fevereiro de 1993, é feita uma denúncia de uma vítima de violência doméstica. Karla disse aos agentes que estava a ser abusada física e psicologicamente pelo marido. Além disso, fez uma revelação chocante: Paul seria o responsável pelas mortes de Leslie e Kristen.

A mulher explicou detalhadamente como elas foram sequestradas e esclareceu que foram mantidas sequestradas na cave da casa do casal. Durante vários dias, foram espancadas, torturadasvioladas até serem assassinadas. O suposto homicida teria gravado tudo em vídeo. Karla assumiu que se envolveu nos crimes, mas garante que foi coagida pelo marido, que a ameaçava a si e à sua família de morte se não cooperasse. Afirma que ganhou coragem para denunciá-lo pois temia que seria a próxima vítima. Além disso, fez outra revelação: Paul era o Violador de Scarborough, um violador em série que semeou o pânico entre 1987 a 1990 e que fez pelo menos 16 vítimas, todas adolescentes e jovens adultas. Ademais, disse à polícia que o marido era o responsável pela morte da sua irmã mais nova.

Gravações mostraram versão bem diferente daquela apresentada por Karla

Em 17 de fevereiro de 1993, o violador foi detido e indiciado pelas violações em série em Scarborough. Ainda assim, a única evidência de que estaria envolvido nos assassinatos de Leslie e Kristen era o testemunho de Karla. Assim, a polícia passou 71 dias a investigar a residência do casal em busca de provas materiais. As autoridades procuravam as gravações que Karla tinha mencionado. Todavia, nenhuma prova de que havia ocorrido qualquer crime naquela casa foi encontrada. No entanto, Paul liga ao seu advogado, Kenneth Murray, e diz-lhe onde estão as provas. No vão da lâmpada da casa de banho do segundo andar, o homem conseguiu puxar um pacote com seis gravações. O conteúdo não era apenas perturbador, como também evidenciava que Karla não teria sido vítima, mas sim cúmplice do marido.

O documentário Ken e Barbie: O Casal Assassino, revela como Karla manipulou a narrativa das mortes de Leslie e Kristen para ser vista como outra vítima de Paul. Na verdade, participou ativamente nos abusos e até planeou alguns deles. Nas imagens, não só aparecia a violar e a torturar Leslie e Kristen de forma casual e aparentemente deliberada, como também foi mostrado que foi ela quem administrou uma substância tóxica em um pano para drogar e matar a irmã mais nova, Tammie. A substância utilizada, halotano, que foi roubada da clínica onde trabalhava, pode ser mortal quando aplicada diretamente na cara de uma pessoa, como ela fez com a irmã.

Fotos: Reprodução Twitter CrimesrReais

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