Higiene oral deficiente pode aumentar risco de morte por covid-19, diz estudo

Pacientes com covid-19 têm até nove vezes mais probabilidade de morrer em caso de infeção gengival e quatro vezes mais de necessitar de ventilador.

Higiene oral deficiente pode aumentar risco de morte por covid-19, diz estudo

A investigação, publicada no Journal of Clinical Periodontology, revelou que pacientes com covid-19 e com má higiene oral, nomeadamente aqueles que padeçam de infeções nas gengivas, têm até nove vezes mais probabilidade de morrer em caso de infeção gengival e quatro vezes mais de necessitar de ventilador.

Os especialistas recomendam consultas regulares de forma a manter a higiene oral sob controlo, ajudando assim a prevenir doenças e infeções orais. Eddie Crouch, presidente da Associação Dentária Britânica, explica que mais de 20 milhões de britânicos faltaram às consultas de rotina por causa da pandemia.

O estudo, levado a cabo por investigadores da Universidade Complutense de Madrid, contou com a participação de mais de 500 pacientes infetados com covid-19. Uma das principais conclusões explica que aqueles que com problemas nas gengivas desenvolveram inflamações superiores àqueles com uma boa higiene oral.

Lior Shapira, presidente da Federação Europeia de Periodontia, disse que os resultados do estudo “sugerem que a inflamação na cavidade oral pode abrir a porta para que o novo coronavírus se torne ainda mais violento” e defende que “os cuidados orais deveriam fazer parte das recomendações das entidades de saúde para reduzir o risco de desenvolver sérias complicações” decorrentes da infeção por SARS-CoV-2. 

Para além disso, recorda que problemas gengivais estão frequentemente associados a doenças pulmonares, tais como asma e pneumonia. “Este estudo acrescenta mais evidências às ligações já estabelecidas entre a saúde oral e certas condições respiratórias”, acrescentou.

Mariano Sanz, um dos autores do estudo, explica que as bactérias presentes na boca de pacientes com infeções nas gengivas podem acabar por ser inaladas, sendo extremamente prejudiciais para os pulmões. “Os hospitais devem identificar pacientes covid-19 que sofram destas condições orais e devem usar antissépticos orais para reduzir o risco de a transmissão de bactérias”, incitou.

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