Foi na tarde de 1 de janeiro de 2015 que um casal se dirigiu ao aeródromo de Beja com a sua filha, de 14 anos, e um piloto, de 66, para realizar um passeio a bordo de um ultraleve que teria a duração de 45 minutos. De acordo com o Correio da Manhã, chegaram ao solo poucos minutos depois da hora legal do pôr do sol. O piloto terá convidado a menor para um batismo de voo e na descolagem, a rapariga agarrou os comandos de voo puxando-os para si, levando depois a aeronave a embater violentamente contra o solo, causando ferimentos graves em ambos os ocupantes.

Segundo a mesma publicação, as vítimas escaparam com vida devido à pronta ação de testemunhas que os resgataram do avião pouco antes de se incendiar. A recuperação foi lenta e deixou sequelas.

O acidente deu origem a um longo processo na Justiça do qual agora se conhece mais um capítulo. O piloto e a família da jovem pediram indemnizações e o Supremo Tribunal de Justiça decidiu que as duas são devidas. O piloto terá de pagar um total de 10 695 euros à família (a maior fatia, 6500 euros, é destinada à jovem) e 65% das despesas médicas. Já a família da menor terá de o indemnizar em 5 mil euros, mais 35% do valor da aeronave à data do acidente, até ao máximo de 27 500 euros, escreve o Correio da Manhã.

O Supremo Tribunal considera que os danos “resultaram de duas condutas presumidamente culposas: do piloto e dos pais” pois “não havendo demonstrado que o dano se teria verificado mesmo que tivessem cumprido o dever de vigilância [os pais] respondem culposamente, em concorrência com o [piloto] e em igual medida, pelos danos causados”.

 

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