Simples telefonemas, levaram gestores, empresários e comerciantes de todo o país a acreditar que tinham créditos a receber da EDP.

As vítimas foram convencidas de que, para receberem os valores, tinham de usar a aplicação MB Way e introduzir códigos. Na realidade, estavam a dar controlo das contas bancárias, a transferir dinheiro ou a fazer carregamentos em sites de apostas.

Assim, ao longo de um ano, três homens e duas mulheres, com idades entre 23 e 46 anos, apoderaram-se de meio milhão de euros. Esta quarta-feira, 17 de março, a PSP desfez o esquema e deteve o grupo. Vão ser hoje presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para primeiro interrogatório judicial.

Esquema inovador, dizem as autoridades

Antes de criarem este estratagema, os mentores do grupo começaram por publicar falsos anúncios na Internet sobre venda de bens, com preços atrativos. Também contactavam pessoas que punham bens à venda.

Posteriormente, ao telefone, alegavam que as transações deveriam ser feitas via MB Way. Convenciam as vítimas a deslocar-se a um multibanco e a introduzir dados que permitiam aos burlões obter o domínio das contas bancárias das vítimas.

Assim, num curto espaço de tempo, faziam transferências para contas variadas através dos testas de ferro e levantavam o dinheiro. Os alertas das autoridades e as sucessivas notícias sobre burlas com MB Way levaram as pessoas começaram a tomar precauções e as vítimas escassearam.

Os líderes pensaram, então, num esquema que foi considerado inovador pelas autoridades. Procuraram na Internet contactos de comerciantes ou empresários, aos quais apresentavam a história dos créditos a receber.

De acordo com o JN, as vítimas eram selecionadas de forma aleatória, sem olhar a regiões. No caso dos comerciantes, os indivíduos incitavam as vítimas a proceder de imediato à introdução de códigos e outros dados, através do terminal MB Way dos próprios estabelecimentos.

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