Duplicaram ocorrências por fogo posto, Governo reforça patrulhamento

O número de incêndios por fogo posto duplicou no último mês e representa agora a causa de 26% das ocorrências, disse hoje o ministro da Administração Interna, que anunciou o reforço da vigilância com 25 patrulhas das Forças Armadas.

Duplicaram ocorrências por fogo posto, Governo reforça patrulhamento

“Entre julho e agosto duplicou o número de incêndios e duplicou o número de incêndios cujas causas estão relacionadas com incendiarismo [fogo posto]”, disse José Luís Carneiro em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil em Carnaxide, Oeiras (Lisboa).

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O ministro da Administração Interna falava aos jornalistas depois de ter participado na reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, acompanhado da secretária de Estado da Proteção Civil, e no final de uma reunião por videoconferência com membros de várias áreas governativas em que se decidiu decretar situação de alerta no continente entre domingo e terça-feira.

De acordo com o governante, o número de incêndios que se suspeita terem sido causados por fogo posto passou de 13% para 26% no último mês. As restantes ocorrências, que representam cerca de 64%, são motivadas pelo uso indevido de fogo ou razões acidentais. Esse aumento motivou, segundo o ministro, o reforço da vigilância e fiscalização, sobretudo nas zonas do país que têm sido mais afetadas pelos incêndios.

O executivo decidiu empenhar 25 equipas das Forças Armadas no patrulhamento dissuasor, que vão apoiar os 230 postos de vigia da Guarda Nacional Republicana já no terreno e a Polícia Judiciária. Além desses meios, a vigilância é atualmente feita também com o recurso a meios aéreos e ‘drones’ e José Luís Carneiro assegurou que “todos esses meios estão operacionais”.

De acordo com o ministro, na última década o número de incêndios rurais diminuiu e aumentou, por outro lado, a eficácia no combate, com 90% dos incêndios combatidos ou dominados nos primeiros 90 minutos. “Ainda há 10% que ultrapassam os 90 minutos. Infelizmente, isso acontece e é aí onde temos de concentrar muito do nosso esforço presente e futuro, dado que estamos a viver momentos absolutamente extraordinários”, acrescentou, garantindo que esse esforço tem sido feito.

Questionado sobre eventuais medidas adicionais para combater o incendiarismo, em particular através de um agravamento da pena para o crime de incêndio florestal, José Luís Carneiro disse que essa é uma discussão que cabe à Assembleia da República, mas considerou que não deve acontecer “sobre os acontecimentos”. “Por vezes, há pulsões populistas e de demagogia nestes momentos, mas estes momentos requerem muita serenidade e ponderação”, afirmou o ministro.

O território continental vai estar em situação de alerta entre os dias 21 e 23 de agosto devido ao risco de incêndios e a situação vai ser reavaliada na segunda-feira ao fim dia. Mais de 70 concelhos da região Centro do país e do Algarve estão hoje em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê a continuação da subida da temperatura máxima.

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