«Alguém sabe o que se passou com Madeleine McCann»

Saiba como termina o último episódio da série da Netflix sobre o desaparecimento de Madeleine McCann.

No último episódio de O Desaparecimento de Madeleine McCann, podemos ver o contra ataque de Robert Murat, primeiro suspeito do caso e investigado tanto pela Polícia Judiciária como pelos detectives. Louis Charalambous é o advogado que defende o britânico. Robert foi interrogado pela Polícia. Revistaram-lhe a casa inúmeras vezes, foi constituído arguido, chamado de pedófilo, perseguido por detectives e muito mais. «Não estava nada preparado para lidar com aquilo. Estava desnorteado mas sabia que tinha de limpar a sua reputação e descobrir a verdade», conta o advogado.

Papel dos Media no caso do desaparecimento de Madeleine questionado pelos McCann

Murat enfrentou 11 jornais e um canal de televisão. Só da TVI recebeu 20 mil euros de indemnização. Também os sete amigos que passavam férias com Kate e Gerry McCann quando a filha desapareceu receberam indemnizações da Express Newspapers por difamação. O grupo recebeu um total de 375 mil libras por terem insinuado que encobriu factos sobre o desaparecimento de Maddie. O dinheiro foi depois reencaminhado para a campanha de busca por Maddie. Mais tarde, os pais de Madeleine McCann apresentaram provas ao Inquérito Leveson, que investiga a qualidade dos jornais britânicos, iniciando uma discussão sobre o papel dos media no caso.

O pedido de ajuda ao primeiro-ministro inglês David Cameron

Continuando na demanda de procurar por Maddie, os McCann marcam reunião com Alan Johnson, ministro do interior e responsável por policiamento, contra-terrorismo e imigração.  Com isto, pretendem que o processo seja reaberto pela New Scotland Yard, a Polícia Metropolitana. Pedem a ajuda de Jim Gamble, homem que já apareceu neste documentário. Neste momento, Maddie está desaparecida há quatro anos. É depois com uma carta endereçada ao primeiro-ministro David Cameron, em maio de 2011, que conseguem reabrir o caso que passa a chamar-se Operação Grange. Portanto, depois da polícia portuguesa e dos detectives contratados pelos McCann, o caso estava agora com as Autoridades britânicas e chefiado por Andy Redwood, especializado em casos fechados.

Polícia acredita ter encontrado o homem que Tanner afirma ter visto
O esboço e o homem a que se presume corresponder

Uma equipa de 30 pessoas analisa a quantidade enorme de documentação recolhida pelos portugueses ao longo dos anos. Também as Autoridades portuguesas decidem reabrir o caso, recordando que apesar de o Ocean Club tinha uma creche nocturna, o serviço não foi requisitado pelos McCann. Com esta nova investigação, a Polícia acredita ter encontrado o homem que Tanner afirma ter visto, um pai que tinha ido buscar um dos filhos ao espaço nocturno.

Uma jovem de 12 anos diz ter visto um homem «magro, de cabelo claro e cara marcada pela acne»

Em 2013, a Operação Grange está encaminhada. Envia cartas com pedidos de informação sobre ligações telefónicas feitas aquando do desaparecimento de Madeleine a 31 países. Dizem já ter conduzido 2 mil acções  e ter ainda o dobro por fazer. Andy, homem que conduz a investigação, pede ajuda ao público para identificar o homem que teria sido visto perto do apartamento na Praia da Luz dias antes e depois do desaparecimento de Maddie. Uma jovem de 12 anos diz ter visto um homem encostado ao muro perto do apartamento 5A. Era «magro, tinha cabelo claro e a cara marcada pela acne». Outra mulher, que esteve no Ocean Club nessa semana, faz uma descrição semelhante. «Com uma pele muito feia e marcada», testemunha.

«Pareciam querer escondê-la e estavam perturbados pelas luzes do carro»

Aqui, a Polícia britânica apela às família que tenham tido incidentes semelhantes nas férias para entrarem em contacto. Uma mulher, que passava férias com a irmã no resort, diz recordar-se de ter visto «dois homens loiros, sozinhos, com ar suspeito, perto de um apartamento que não parecia estar a ser alugado por ninguém». Outro homem, dono de uma pizzaria na Praia da Luz, afirma ter apanhado «de madrugada, na estrada, um casal a carregar uma criança». «Pareciam querer escondê-la e estavam perturbados pelas luzes do carro», afirma. Em nenhum dos casos se chegou a uma pessoa em concreto.

«Um homem, de máscara máscara cirúrgica colocada, chega a entrar na cama de uma menina enquanto esta dormia»

Com os apelos da Polícia chegam relatos de um homem suspeito de molestar cinco meninas em resorts de férias portugueses. O homem, descrito como «intruso solitário, atacava-as nas suas camas». Duas delas na Praia da Luz, no mesmo resort onde estavam hospedados os McCann. Estes acontecimentos tinham sido comunicados às Autoridades portuguesas, mas não transmitidos à Polícia inglesa, que vem a descobrir ter havido, «no mínimo, 28 casos do género e que o predador costumava entrar em casas compradas ou alugadas por turistas britânicos». É relatado o caso em que «um homem, de máscara máscara cirúrgica colocada, chega a entrar na cama de uma menina enquanto esta dormia». «Quando ela perguntou se era o pai, ele respondeu “yes”», «sim», em inglês.

Como seria Madeleine McCann agora?

Se for viva, Maddie poderá hoje ter este aspeto

«Alguém sabe o que se passou com Madeleine McCann» é uma das últimas frases proferidas, deixando no ar que se Maddie estiver viva tem agora 15 anos e pode ter sido raptada por um rede organizada de tráfico humano

Julien, o espanhol que conduziu a investigação para a Método 3, diz que neste caso viu «as piores coisas que um ser humano pode ver». No final, quando afastado, junta toda a documentação recolhida, escreve uma denúncia e leva-à Polícia. Em resultado, foi desmantelada uma rede de pedofilia numa operação que ganhou o nome de Lolita P-mix. No final, são interrogadas 23 pessoas. Treze são presas. O documentário termina com uma mensagem de esperança e o exemplo de inúmeros casos em que crianças desaparecidas durante largos anos foram encontradas – junto a raptores ou em redes de pedofilia. estas crianças foram devolvidas às famílias.

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