Diana Fialho e Iúri Mata: novas provas levam a adiamento da sentença

A leitura da sentença de Diana Fialho e de Iúri Mata, acusados de terem assassinado a professora do Montijo, voltou a ser adiada devido aos resultados do relatório pericial do equipamento informático que os mesmos tinham em casa.

A leitura da sentença de Diana Fialho e de Iúri Mata, acusados de terem assassinado a professora do Montijo, voltou a ser adiada – desta vez para 29 de julho, às 14h00 – devido aos resultados do relatório pericial do equipamento informático que os mesmos tinham em casa. Este relatório forense, realizado em setembro do ano passado, foi só acrescentado ao processo esta quinta-feira. O casal compareceu hoje no Tribunal de Almada e arrisca uma pena máxima de 25 anos. Entretanto, a defesa dos arguidos tem três dias para se pronunciar.

Pena dos arguidos pode agravar

O adiamento da leitura da sentença também se deveu a uma alteração da qualificação jurídica do crime. Diana Fialho e Iúri Mata estão acusados de homicídio qualificado, mas o tribunal decidiu acrescentar a agravante do crime prevista na alínea e): «Ser determinado por avidez, pelo prazer de matar ou de causar sofrimento, para excitação ou para satisfação do instinto sexual ou por qualquer motivo torpe ou fútil». Esta alteração poderá agravar a pena dos arguidos.

Na semana passada, nas alegações finais do julgamento, o procurador do Ministério Público (MP), Jorge Moreira da Silva, defendeu que os arguidos sejam condenados, em coautoria, pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver. O procurador pediu, assim, a pena máxima de 25 anos de prisão pelo crime cometido de forma «escabrosa e maquiavélica, com requintes de barbárie».

Advogado da família de Amélia Fialho: «Isto é só adiar a condenação»

O advogado da família de Amélia Fialho, José Pinto, acredita que o processo irá  arrastar-se até agosto. «Isto é só adiar a condenação. Existem muitas provas. Isto é só dar tempo à defesa», disse à saída do tribunal.

Defesa dos arguidos vai recorrer

Apesar de ainda não se conhecer a leitura da sentença, a advogada de Iúri Mata, Alexandra Coelho, garantiu que «ainda há muita coisa para ser falada», tanto na próxima audiência, como em recursos «no plural», que disse que ia pedir. A defesa de Diana Fialho, Tânia Reis, também se mostrou disposta a recorrer.

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Diana não irá receber herança (caso seja condenada)

Na segunda audiência do julgamento, a 9 de julho, o juiz Nuno Salpico revelou que acrescentara aos crimes imputados o de indignidade sucessória, o que significa que Diana Fialho ao ser condenada, não tem direito aos bens da mãe adotiva.

«Professora, se a Amélia estiver desaparecida, como é que chegamos às coisas dela?»

Maria de Sousa foi das primeiras a saber do desaparecimento de Amélia. Diana ligou-lhe para saber se ela a tinha visto. A amiga da vítima acompanhou Diana à PSP, por volta das 21h00 de 1 de setembro, para participar o desaparecimento, pela segunda vez. Estranhou a ausência de tristeza por parte de Iuri e de Diana. Ficou incomodada com uma pergunta que o rapaz fez. «Professora [Maria de Sousa], se a Amélia estiver mesmo desaparecida, como é que chegamos às coisas dela?»

Iuri apresentava quadro depressivo «intenso»

Maria Helena Esteves, a médica psiquiatra que acompanhou Iuri em 2016, diz que o acusado apresentava quadro depressivo «intenso». Iuri recorreu à médica para conseguir terminar os estudos e, depois de ser medicado, começou a ter resultados académicos altos. Estava a tirar o curso de Contabilidade e Finanças. A médica revela ainda que já o pai de Iuri tinha «várias manifestações psicóticas».

Mãe de Iuri: «Terá sempre o apoio da família»

A mãe do Iuri, Orlanda do Carmo, foi uma das testemunhas ouvidas pelo juiz na segunda audiência e garantiu que o filho «nunca foi conflituoso, era apaziguador de brigas».

«O Iuri terá sempre o apoio da família a 100%. O meu filho tem já um plano para se inserir na sociedade», revelou entre lágrimas. A mãe do arguido desmente ainda que o filho tenha vivido às custas de Amélia Fialho. O casal vivia com a vítima, quando ocorreu o crime. Segundo o despacho de acusação do Ministério Público, os arguidos «gizaram um plano» para matar a professora, de 59 anos, e, em 1 de setembro de 2018, ao jantar, colocaram «fármacos» na bebida da vítima que «a puseram a dormir», tendo desferido «vários golpes utilizando um martelo», causando a morte da mesma.

Após o homicídio, segundo a acusação, os arguidos embrulharam o corpo e colocaram-no na bagageira de um carro, deslocando-se até um terreno agrícola, em Pegões, no Montijo, onde, com recurso a gasolina, «atearam fogo ao cadáver». Os jovens foram detidos e presentes a tribunal no dia 7 de setembro de 2018, sendo aplicada a medida de coação de prisão preventiva.

Texto: Jéssica dos Santos | WiN; Fotos: Zito Colaço | DescobrirPress

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