Foram pronunciados pelo Tribunal de Instrução Criminal e vão a julgamento os 20 arguidos que participaram num esquema de corrupção com mortos na morgue do Hospital de Aveiro.

Entre 2009 e 2015, dois funcionários da casa mortuária da unidade hospitalar aceitaram receber entre cinco e 100 euros, refeições e garrafas de espumante de casas funerárias para acelerarem processos ou factos relativos à morte de pessoas, cujas cerimónias fúnebres lhes tinham sido contratadas.

A julgamento vão 11 pessoas e nove agências funerárias. Dois dos arguidos, que exerciam funções na morgue do hospital, respondem por 32 crimes de recebimento indevido de vantagem.

Mortos passarem à frente de outros cadáveres

Um deles foi também pronunciado por corrupção passiva e falsificação de documento agravado por ter recebido e preparado para as cerimónias fúnebres o cadáver de uma pessoa que não faleceu naquele hospital. Tudo a troco de compensação financeira.

Os restantes acusados são agentes funerários e as respetivas sociedades. Vão ser julgados pelo crime de entrega/promessa indevida de vantagem. Pagavam para que os mortos passassem à frente de outros cadáveres que aguardavam autópsia.

De acordo com o CM, dessa forma mostravam “eficiência” perante a clientela. O processo conta com dezenas de escutas telefónicas.

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