As cinco comissões bancárias mais bizarras que os Bancos nos cobram

Fotocópias, levantamentos ao balcão, depósito de moedas, pedido de segunda via do extrato e alteração de titularidade da conta são, segundo a DECO, exemplos de comissões bancárias bizarras cobradas pela banca portuguesa.

As cinco comissões bancárias mais bizarras que os Bancos nos cobram

Numa altura em que se encontra em discussão no Parlamento a proibição ou limitação de algumas comissões bancárias, a DECO – Defesa do Consumidor fez um exame minucioso aos preçários de 17 Bancos. A associação descobriu “custos que são verdadeiros assaltos à mão armada à carteira do consumidor“, devido à sua “injustificação ou desproporcionalidade”.

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As 5 comissões bancárias mais bizarras que a Banca nos cobra

1. Fotocópias

Pense bem antes de pedir para reproduzir um documento à guarda do Banco. Há os que cobram pelo serviço, outros à página ou à folha. Se pensarmos, por exemplo, num documento de três páginas, considerando os vários tipos de cobrança, “o valor médio a pagar é de 19,13€. “Ou seja, 6,38€ por página. Apenas o ActivoBank e o Banco CTT não cobram pelo serviço.”

2. Depositar moedas

Apesar da contagem de moedas ser, geralmente, feita por máquinas para o efeito, para depositar cem moedas, em média, os “consumidores gastam 7,14€”. Depositar mais de 25 moedas (o limite tem vindo a diminuir) dá direito a comissão “nunca abaixo dos 2,60€”. Apenas dois Bancos (Best Bank e BNI Europa) “não cobram por depósitos em moedas”. Abanca, ActivoBank, Banco Montepio, Caixa Geral de Depósitos e Millennium BCP “isentam a comissão até depósitos de 25 moedas”. No extremo oposto, “o BBVA cobra uns dolorosos 7,80€ por qualquer depósito até 99 moedas”. Acima de 100 moedas, “junte-se àquele valor 5,20€”.

3. Levantar dinheiro, custa dinheiro

Um levantamento na agência bancária custa, “em média, 6,97€”. O BBVA lidera como Banco “mais caro (cobra 15,60€)”, seguido “pelo Atlântico Europa e pelo NovoBanco”, que pedem “quase 13 euros por um levantamento ao Balcão”. “O Best Bank e Abanca cobram menos de 4 euros e apenas o BNI Europa entrega dinheiro sem cobrar ao cliente.”

4. Pedir uma segunda via do extrato bancário

Nesta era digital por que há-de fazê-lo? “Porque não usa o homebanking, porque o extrato se extraviou, porque precisa de apresentar movimentos de há mais de 6 meses, entre outras situações.” Este simples pedido custa, “em média, 14,40€”. Para os clientes do BNI Europa a 2ª via do extrato “custa 26€”. No Banco BiG, “24,60€” e apenas o Banco BPI, o Abanca, a Caixa Agrícola e o Millennium BCP “cobram menos de 10€”.

5. Alterar a titularidade de conta

Por divórcio, óbito de um dos titulares ou quando se atinge a maioridade, “a cada alteração de titularidade os clientes pagam, em média, 8,14€”. Os Bancos que mais se fazem pagar para estes serviços são “o Atlântico Europa (15,60€), a Caixa Geral de Depósitos (9,36€) e o Bankinter (8,61€)”. “Apenas o BBVA não cobra qualquer montante.” A isenção de comissão de alteração de titularidade em caso de óbito ou quando se atinge a maioridade “está a aguardar a aprovação no Parlamento”.

Após o levantamento da DECO, realizado em 2016, ter levado à proibição de algumas comissões – como, por exemplo, a comissão de processamento da prestação e o distrate, continuam a ser cobrados pela banca nacional “custos totalmente injustificados ou desproporcionais”, como os identificados neste estudo. A DECO espera “que a atual discussão no Parlamento ponha termo a algumas destas bizarrias”.

Se cobrar comissões por um serviço efetivamente prestado é legitimo, “é difícil justificar o preço de fotocopiar um documento à guarda do Banco, cobrar por entregar moedas ou pagar quase 70 euros por ano, em comissões de manutenção da conta, assim como os contratos anteriores a 2021 continuarem a suportar a referida comissão de processamento da prestação”.

A DECO, maior organização de defesa do consumidor, exige assim “o fim das comissões bancárias sem sentido e abusivas”, que fazem com que seja “quase impossível encontrar um produto ou um serviço bancário que não tenha um custo associado”.

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