Arquivista do Vaticano diz que Papa Pio XII foi informado sobre crimes do regime nazi

O papa Pio XII, líder da Igreja Católica durante a II Guerra Mundial, foi informado sobre os crimes cometidos pelo regime nazi, conclui um arquivista do Vaticano, baseando-se numa carta encontrada nos arquivos.

Arquivista do Vaticano diz que Papa Pio XII foi informado sobre crimes do regime nazi

Arquivista do Vaticano diz que Papa Pio XII foi informado sobre crimes do regime nazi

O papa Pio XII, líder da Igreja Católica durante a II Guerra Mundial, foi informado sobre os crimes cometidos pelo regime nazi, conclui um arquivista do Vaticano, baseando-se numa carta encontrada nos arquivos.

A carta é referida por Giovanni Coco, arquivista dos Arquivos Apostólicos do Vaticano, em entrevista ao suplemento “La Lettura”, que acompanhará a edição de domingo do diário italiano Il Corriere della Sera.

Datada de 14 de dezembro de 1942, a missiva foi escrita por um jesuíta alemão antinazi, Lothar Koenig, e enviada ao secretário de Pio XII, Robert Leiber.

Na carta, o padre jesuíta menciona o assassinato diário de milhares de pessoas e refere o campo de concentração nazi de Auschwitz e o crematório no campo de concentração de Belzec, localizado na Polónia ocupada pelos alemães.

“É um caso único”, assinala Giovanni Coco, considerando que a carta tem “enorme valor” e é a “evidência de uma correspondência que teve de ser alimentada e prolongada ao longo do tempo”.

Esta carta vem acrescentar mais polémica ao controverso processo de beatificação de Pio XII, iniciado em 1967.

O silêncio do papa Pio XII perante os crimes nazis tem sido objeto de acaloradas discussões entre historiadores, com alguns a acusarem-no de não ter denunciado os campos de concentração nazis, enquanto outros consideram que terá trabalhado, nos bastidores, para salvar as vidas de muitos judeus.

O acesso aos documentos relativos ao pontificado de Pio XII, que durou de 1939 a 1958, foi aberto a 2 de março de 2020, permitindo aos investigadores obter esclarecimentos sobre o comportamento da Santa Sé, que nunca condenou explicitamente o regime nazi e a perseguição ao povo judeu.

SBR // PDF

By Impala News / Lusa

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