Ponto G existe ou não? Tema divide especialistas

As questões sobre a existência ou não do ponto G têm sido cada vez mais debatidas. O tema divide as opiniões dos especialistas.

Ponto G existe ou não? Tema divide especialistas

O ponto G tem sido apontado como a zona responsável pelo orgasmo da mulher. A zona erógena foi apresentada pela primeira vez em 1950, pelo ginecologista alemão Ernst Gräfenberg. No entanto, desde que foi apresentada essa ideia, o ponto G tem gerado controvérsia entre diversos profissionais da área.

LEIA DEPOIS
Crianças e jovens com óculos recebem até 121 euros de subsídio

Devido às dúvidas sobre a existência ou não do ponto G, foram realizados alguns estudos para desvendar o mistério. As opiniões dividem-se e são várias as perspetivas que diferentes especialistas apresentam.

«O ponto existe e é fácil encontrá-lo»

Jordanna Diniz, ginecologista do Centro de Medicina Fetal, afirma que o «ponto existe e que é fácil encontrá-lo». «O tamanho e o local do ponto G variam de mulher para mulher, mas normalmente está localizado entre duas e três polegadas (entre 5 e 7,5 centímetros) no canal vaginal, na direção do umbigo», indica. A especialista revela ainda que a ideia consensual entre a comunidade médica é a de que a existência do ponto G é uma concentração de terminações nervosas, cuja estimulação externa é possível. «No entanto deve-se entender que podemos chegar à excitação máxima estimulando diversas áreas do corpo humano, não apenas um ponto isolado», acrescenta.

Numa pesquisa feita em 2012, Adam Ostrzenski garante ter descoberto a localização do ponto G após ter dissecado o corpo de uma mulher de 83 anos. O ginecologista diz ter encontrado uma estrutura de saco bem delineada localizada na membrana perineal dorsal. Segundo o especialista, a área abrange três regiões distintas e estende-se de 8,1 a 33 mm.

Em 2008, médicos italianos da Universidade de L’Aquila afirmaram que o ponto G existe, mas que nem todas as mulheres parecem tê-lo. Por meio de ultrassonografias, a equipa descobriu diferenças anatómicas entre mulheres que disseram ter experimentado orgasmos vaginais e um grupo de mulheres que não experimentaram. Os exames identificaram uma região de tecido mais espesso, onde se dizia que o ponto G estava, mas que não era visível nas mulheres que nunca tiveram um orgasmo vaginal.

Especialistas garantem que «anatomicamente» o ponto G não existe

Andreia Magalhães, fisioterapeuta pélvica, aponta que as últimas pesquisas sobre o assunto revelam que, anatomicamente, o ponto G não existe. « Foi ‘descoberto’ por um homem que tocou um corpo feminino, mas sem estudo anatómico. Anos depois, uma mulher confirmou, por meio de dissecação de cadáver, que todo o canal vaginal possui uma camada muscular igual, ou seja, o ponto não é real»,  garante.

Também um grupo de médicos do hospital Austin, na Austrália, conclui que não existe nenhuma estrutura anatómica na região, exceto a parede vaginal. P estudo, que consistiu num exame a mulher entre os 32 e 97 anos, revela que a sensação de prazer se deve à proximidade do clitóris. Helen O’Connell, investigadora no Hospital Royal Melbourne, dissecou mais de 50 vaginas e também afirma que o ponto G não existe.

«O perigo está na ditadura do prazer»

Independentemente da existência ou não do ponto G, a sexóloga Thalita Cesário defende que «o perigo está na ditadura do prazer e do orgasmo». Devido ao facto de muitas mulheres não se conhecerem, culpam-se pelo facto de não encontrarem o tal ponto. Promover essa ideia é bom pelo facto de impulsionar mais pesquisas e também estudar mais a sexualidade, em específico a feminina.

LEIA MAIS
Previsão do tempo para terça-feira, 30 de julho

 

Impala Instagram


RELACIONADOS