Voto antecipado custa quatro vezes mais ao Estado

O Estado vai pagar quatro vezes mais do que nas eleições presidenciais para reforçar o número de mesas dedicadas ao voto antecipado nas legislativas.

Voto antecipado custa quatro vezes mais ao Estado

O Estado vai pagar quatro vezes mais do que nas eleições presidenciais para reforçar o número de mesas dedicadas ao voto antecipado nas legislativas. A pedido do Governo, os municípios mais do que duplicaram o número de secções previstas, garantindo a possibilidade de voto a 1,2 milhões de pessoas no próximo dia 23. Fazendo contas apenas ao montante a pagar aos elementos que estarão nas mesas para receber os boletins, a votação em mobilidade custará quase 677 mil euros, dá conta o Jornal de Notícias.

Além disso, se se somar o custo com o funcionamento das 13.821 mesas no dia 30, a fatura das legislativas sobe para 4,6 milhões de euros. A verdade é que nunca se pagou tanto de senhas de presença. As novas regras da votação em mobilidade foram estreadas no ato eleitoral que reelegeu Marcelo Rebelo de Sousa, em janeiro de 2021, em plena pandemia. Então, passou a ser obrigatório disponibilizar, pelo menos, uma mesa de voto por concelho, em vez de uma secção por distrito.  Nas legislativas de 2019, houve cerca de 56 mil inscrições para a votação em mobilidade, dos quais 50.638 foram efetivamente votar antecipadamente. Nas presidenciais, com novas regras e em tempo de pandemia, o número de inscritos quadruplicou: 246.922 eleitores registaram-se e 197.903 votaram antecipadamente em janeiro de 2021. À data, foram abertas 675 secções, mobilizando 3.375 membros de mesa.

Apelo ao voto antecipado

Só em senhas de presença para os elementos das mesas (cada mesa tem cinco), o Estado passou de uma fatura de 55 mil euros nas legislativas de 2019 para mais de 175,2 mil euros nas presidenciais de 2021. E, este ano, voltará a crescer: quatro vezes mais. Fazendo contas aos 51,93 euros de senha de presença que cada membro terá direito (foi o valor aplicado no ano passado), esse custo superará os 676 mil euros. O objetivo é que, no dia 23, possam votar 1,2 milhões de eleitores, “o que dá cerca de mais 20% daquilo que é a votação habitual em termos de legislativas”, esclareceu o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna Antero Luís, apelando aos portugueses que se inscrevam no voto em mobilidade,  evitando a possibilidade de uma infeção por covid até ao final do mês.

Para já, ainda não há uma solução para garantir a votação de todos os isolados. No entanto, também no dia 30 haverá um reforço importante no número de secções abertas, em comparação com as legislativas de 2019 e com as presidenciais de 2021. Este ano, no dia 30, estarão 13.821 secções aptas para receber os votos dos eleitores (com 75.620 membros mobilizados, do quais mais de 15 mil são funcionários municipais). Ora, na presidenciais de 2021, já em pandemia e com a redução do número de eleitores por mesa, abriram-se 12.273 secções (com 62.920 membros). Em 2019, tinham sido 11.181 mesas, com a ajuda de 54.712 elementos.

LEIA AINDA
Legislativas: Qual o debate mais visto até agora?

Impala Instagram


RELACIONADOS