Ucrânia: Volodymyr Zelensky pede à Noruega que forneça mais energia para os ucranianos e para a UE

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje à Noruega, o segundo maior fornecedor de gás natural à Europa a seguir à Rússia, que forneça mais energia ao seu país e à União Europeia.

Ucrânia: Volodymyr Zelensky pede à Noruega que forneça mais energia para os ucranianos e para a UE

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje à Noruega, o segundo maior fornecedor de gás natural à Europa a seguir à Rússia, que forneça mais energia ao seu país e à União Europeia. Durante um discurso por videoconferência perante o Parlamento norueguês (Storting), Zelensky também considerou que os navios russos “não deveriam ter o direito de usar os portos do mundo livre”. “Vocês podem dar uma contribuição decisiva para a segurança energética da Europa, fornecendo os recursos necessários aos países da União Europeia e à Ucrânia”, afirmou Zelensky aos deputados e membros do Governo norueguês, que o aplaudiram longamente de pé.

“Já tínhamos conversado sobre o fornecimento de cerca de cinco mil milhões de metros cúbicos de gás para o próximo inverno”, acrescentou.

Antes do conflito na Ucrânia, a Noruega cobria entre 20 e 25% das necessidades de gás da UE e do Reino Unido, em comparação com entre 45 e 50% do gás fornecido pela Rússia, da qual a UE procura agora reduzir a sua dependência.

Oslo, por sua vez, tomou medidas para manter a produção de gás no seu nível máximo durante o verão, tradicionalmente um período de baixa produção aproveitado para a manutenção das plataformas marítimas.

“Entregamos o máximo possível”[de gás], declarou hoje primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, à emissora NRK.

“A União Europeia e, espero, a Noruega também devem proibir a entrada de navios russos em portos europeus”, declarou ainda o Presidente ucraniano.

“Neste momento, quando (os russos) bloqueiam os nossos portos, não deveriam ter o direito de usar portos no mundo livre”, argumentou.

Como em cada uma de suas intervenções por videoconferência nos países ocidentais, Zelensky também pediu mais armas.

“As suas armas podem ajudar-nos na luta pela nossa e sua liberdade”, disse Zelensky, argumentando que o futuro da Europa está a ser “decidido” em território ucraniano e solicitou expressamente mísseis antiaéreos, sistemas de defesa e veículos blindados.

No mesmo dia, a Noruega anunciou ter fornecido à Ucrânia mais 2.000 armas antitanque do tipo M72.

O Governo norueguês anunciou também a atribuição, através do Banco Mundial (BM), de 20 milhões de euros para financiar os serviços governamentais ucranianos, nomeadamente para pagar os salários do pessoal de saúde, professores e funcionários públicos, bem como pensões e apoios sociais.

O Presidente ucraniano também apontou as sanções económicas como “a única maneira” de a Rússia aceitar a paz, um conceito que, de acordo com Zelensky, certamente nenhum país entende melhor do que a Noruega, onde o Prémio Nobel da Paz é concedido e entregue todos os anos.

Nesse sentido, Zelensky apelou às empresas europeias para que não contribuam para sustentar a “máquina de guerra” russa.

O Presidente ucraniano alertou este país nórdico fronteiriço com a Rússia para a “ameaça” que, segundo o líder ucraniano, constitui a grande presença de uma força militar russa no Ártico, situação que “não pode ser explicada pelo bom senso”.

Zelensky pediu também ajuda para uma reconstrução futura, lembrando as ligações históricas entre os vikings e os ‘Rus’ [russos] de Kiev.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

 

 

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