Ucrânia: Mais de 4,1 milhões de refugiados com fluxo a cair há 10 dias

Mais de 4,1 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde a invasão ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro, segundo os dados divulgados hoje pelo Alto ACNUR.

Ucrânia: Mais de 4,1 milhões de refugiados com fluxo a cair há 10 dias

Mais de 4,1 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde a invasão ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro, segundo os dados divulgados hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Desde 22 de março, o fluxo de refugiados diminuiu acentuadamente, para cerca de 40.000 travessias diárias. “Forçados a fugir para se manterem vivos. Forçados a abandonar as suas casas. Forçados a separarem-se das suas famílias. Esta tragédia tem de acabar”, sublinhou o ACNUR.

No total, mais de 10 milhões de pessoas, ou seja, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram de abandonar as respetivas casas na sequência da ofensiva militar russa.

Kremlin decreta serviço militar obrigatório de primavera

A Rússia retomou a mobilização de mancebos para o serviço militar obrigatório na altura em que se prolonga a invasão na Ucrânia, tendo o Kremlin garantindo que os novos recrutas não vão ser enviados para a guerra (…continue a ler aqui)

4.102.876 de refugiados

O Alto Comissariado para os Refugiados contabilizou, até cerca das 10:00 GMT (11:00 em Lisboa) de quinta-feira, exatamente 4.102.876 refugiados procedentes da Ucrânia. São mais 43.771 do que na contagem anterior. Esta é a maior vaga de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.

Cerca de 90% das pessoas que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças, calculando o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que estas sejam cerca de dois milhões. A mesma organização estima ainda que mais de metade das 7,5 milhões de crianças do país estejam deslocadas internamente ou sejam refugiadas.

Cerca de 204.000 não-ucranianos também fugiram do país e enfrentam, nalguns casos, dificuldades em regressar ao seu país de origem. Antes deste conflito, a população da Ucrânia era superior a 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kiev – não incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas do leste sob o controlo de separatistas pró-russos desde o mesmo ano.

Polónia acolhe mais de metade dos refugiados

Só a Polónia acolheu até ao momento 2.384.814 refugiados, ou seja, seis em cada 10 das pessoas que fugiram da Ucrânia para outros países. Segundo a UNICEF, cerca de metade desses (1,1 milhões) são crianças.

Roménia

De acordo com a agência das Nações Unidas para os refugiados, 623.627 ucranianos viajaram para a Roménia até 31 de março, mas muitos refugiados decidem continuar a viagem quando já se sentem a salvo.

Moldávia

Na Moldova, pequeno país de 2,6 milhões de pessoas e um dos mais pobres da Europa, tinham entrado até 31 de março cerca de 390.187 ucranianos, segundo o ACNUR. A Comissão Europeia está a encorajar estes refugiados ucranianos a continuarem a sua jornada para se instalarem num outro país da União Europeia mais capaz de suportar os encargos financeiros.

O Programa Alimentar Mundial começou a distribuir assistência financeira a 100.000 refugiados e às suas famílias de acolhimento neste país para ajudar a mitigar o choque para um país pobre e com poucas infraestruturas.

Hungria

A Hungria acolheu 374.535 ucranianos até 31 de março, de acordo com o ACNUR.

Eslováquia

Um total de 292.039 pessoas chegaram a este país, vindas da Ucrânia, desde o início da guerra, segundo o Alto Comissariado da ONU.

Rússia

O número de refugiados na Rússia ascendia a cerca de 350.632 até 29 de março, último dado disponível. O ACNUR assinala ainda que, entre 21 e 23 de fevereiro, 113.000 pessoas atravessaram os territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk para a Rússia.

Bielorrússia

Em 31 de março, a Bielorrússia tinha recebido 12.476 pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia.

O ACNUR assinala que, para os países limítrofes da Ucrânia que fazem parte do espaço europeu de livre circulação Schengen (Hungria, Polónia, Eslováquia), os números apresentados são das pessoas que atravessaram a fronteira e entraram no país. O Alto Comissariado estima que “um grande número de pessoas continua a sua viagem para outros países”. Além disso, a organização diz que não conta com pessoas de países vizinhos que deixam a Ucrânia para regressar a casa.

 

 

Impala Instagram


RELACIONADOS