Ucrânia: G7 promete resposta contundente à Rússia

Os líderes do G7 condenaram hoje a invasão da Rússia à Ucrânia, que representa uma “ameaça à ordem internacional” e prometeram uma resposta contundente e coesa.

Ucrânia: G7 promete resposta contundente à Rússia

Os líderes do G7 condenaram hoje a invasão da Rússia à Ucrânia, que representa uma “ameaça à ordem internacional” e prometeram uma resposta contundente e coesa a uma crise que terá efeitos “além da Europa”. As sete grandes potências responsabilizam explicitamente o Presidente russo Vladimir Putin pelo ataque “absolutamente injustificável”, pode ler-se no comunicado divulgado pela presidência alemã, no final da reunião virtual entre os líderes dos Estados Unidos, Canadá, Japão, França, Reino Unido, Itália e Alemanha. No texto, o G7 manifesta a preocupação pelos efeitos do conflito no mercado global do setor da energia e especificamente do gás.

A Alemanha suspendeu na terça-feira, ainda antes do início do ataque, a licença do gasoduto russo Nord Stream 2, cuja construção terminou em 2021, mas que ainda estava pendente da obtenção de certificados em operação. Os líderes dos G7 comprometem-se a “estreitar a cooperação entre os produtores do setor e o consumidor para garantir que o fornecimento de energia se mantém estável à escala global” e asseguram que irão “agir” caso ocorram eventuais alterações que tenham de ser corrigidas. Sobre a invasão russa à Ucrânia, as sete potências destacam que não existiu “uma provocação prévia” e que o ataque altera a “segurança transatlântica”, visto que os efeitos se repercutirão “além da Europa”.

Os líderes instam diretamente o Presidente russo, Vladimir Putin, a parar “imediatamente” com o ataque e a ordenar a retirada das suas tropas na Ucrânia, refere o comunicado. “O Presidente Putin devolveu a guerra ao continente europeu e colocou-se assim no lugar errado da história”, sublinham os líderes do G7. A reunião virtual do G7 foi convocada de emergência pela Alemanha, que detém a presidência rotativa do grupo este ano, e decorreu à margem da reunião ordinária dos líderes que, pelo calendário habitual, deve ocorrer no fim de junho. Após a conferência virtual, o chanceler alemão Olaf Scholz explicou que o objetivo da reunião era de “concentrar” as ações da comunidade internacional face ao ataque da Rússia à Ucrânia.

O G7, tal como a União Europeia (UE), está a preparar um pacote de sanções coordenadas contra a Rússia, acrescentou Scholz. Os detalhes deverão ser finalizados no Conselho Europeu extraordinário que se realiza esta noite em Bruxelas, presencialmente. Também o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, referiu através da rede social Twitter que serão impostos pacotes de sanções “devastadores” contra a Rússia. “Concordamos em impor pacotes de sanções e outras medidas económicas devastadoras para responsabilizar a Rússia. Estamos com o corajoso povo da Ucrânia”, acrescentou.

A declaração conjunta do G7 salienta ainda o “apoio e solidariedade inabaláveis” à Ucrânia. “Estamos unidos na determinação de dar respostas comuns tanto aos desafios de natureza sistémica quanto às crises imediatas do nosso tempo”, garantem os líderes no comunicado. Além da menção explicita da invasão russa à Ucrânia, a declaração das sete potências expressa ainda o compromisso geral com a defesa dos sistemas democráticos e do multilateralismo em questões como o clima, meio ambiente e combate à pandemia de covid-19.

A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus “resultados” e “relevância”. O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

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