Tancos | Primeiro-ministro nega ter conhecimento da encenação

António Costa respondeu, por escrito, ao juiz Carlos Alexandre no âmbito do processo do furto de armas na base de Tancos e afirmou não saber da encenação do achamento das armas, nem pelo seu ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, nem por qualquer outra pessoa.

Tancos | Primeiro-ministro nega ter conhecimento da encenação

O primeiro-ministro, António Costa, respondeu, por escrito, ao juiz Carlos Alexandre no âmbito do processo do furto de armas na base de Tancos e afirmou não saber da encenação do achamento das armas, nem pelo seu ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, nem por qualquer outra pessoa. “Tendo sido postas a circular versões parciais do depoimento do primeiro-ministro como testemunha arrolada pelo professor doutor José Alberto Azeredo Lopes no chamado ‘Caso de Tancos’, entendeu o primeiro-ministro dever proceder à divulgação pública integral das respostas a todas as questões que lhe foram colocadas e que constam do depoimento já entregue ao Tribunal Central de Instrução Criminal, às 16h22 horas, do dia 4 de fevereiro de 2020”, lê-se numa nota divulgada pelo gabinete do líder do executivo.

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Num questionário de 100 perguntas enviadas a António Costa, arrolado como testemunha do caso de Tancos pelo seu ex-ministro da Defesa e arguido Azeredo Lopes, questionou o primeiro-ministro se este teve conhecimento de que o arguido e ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes conhecia diretamente ou através do seu chefe de gabinete, tenente-general Martins Pereira, de que a recuperação do material de Tancos tinha sido encenada, tendo António Costa respondido que não.

O chefe de Governo afirmou também que, entre o roubo e outubro de 2018, não teve conhecimento que Azeredo Lopes “sabia que se tratava de uma encenação”, garantindo também que ele próprio desconhecia que a recuperação tinha sido encenada. Sobre ter felicitado pela Polícia Judiciária Militar (PJM) e a GNR sobre a recuperação do material furtado em Tancos, António Costa respondeu que a informação que dispunha constava do comunicado da PJM de 18 de outubro de 2017 e que também lhe tinha sido transmitida pelo então ministro da Defesa.

 

Não falou com a Casa Militar da Presidência sobre a investigação, mas manteve Marcelo informado

No depoimento escrito, o chefe do Governo assegurou que teve conhecimento do assalto aos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) a 28 de junho de 2017 pelo então ministro da Defesa Azeredo Lopes e que de imediato comunicou o caso ao presidente da República.

Na 98.ª questão, numa sequência de perguntas sobre a alegada encenação da recuperação do armamento de Tancos, o juiz quis saber se em algum momento António Costa falou com o Presidente da República ou com algum elemento da Casa Militar da Presidência da República sobre a investigação de Tancos e recuperação do material.

A esta pergunta o primeiro-ministro respondeu: “Nunca falei com nenhum elemento da Casa Militar da Presidência da República sobre este assunto. Nos termos da Constituição da República Portuguesa, mantenho permanentemente informado Sua Excelência o Presidente da República acerca dos assuntos respeitantes à condução da política interna e externa do país”.

Às 100 perguntas de Carlos Alexandre, o primeiro-ministro responde “não” a 29 delas.

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