Subiu para 132 número de mortos em confrontos étnicos no Darfur

Pelo menos 132 pessoas foram mortas desde sábado no Sudão em confrontos tribais nas imediações de Genena, a capital do Darfur Ocidental, segundo o governador desta região onde foi declarado o estado de emergência.

Subiu para 132 número de mortos em confrontos étnicos no Darfur

Pelo menos 132 pessoas foram mortas desde sábado no Sudão em confrontos tribais nas imediações de Genena, a capital do Darfur Ocidental, segundo o governador desta região onde foi declarado o estado de emergência.

“De acordo com relatórios médicos, o número de mortos atinge agora 132”, disse Mohamed Abdallah Douma, o governador da província numa conferência de imprensa em Cartum.

Acrescentou que “a situação está agora relativamente estável” e que “não houve mais confrontos”, mas que as “pilhagens” continuam.

De acordo com a mesma fonte, as “milícias” que atacaram a cidade vieram de “países vizinhos como o Chade e a Líbia” e usaram “artilharia pesada”.

Os confrontos irromperam quando “um grupo armado atacou cidadãos a caminho da cidade”, matando três, disse o governador.

Um balanço anterior, divulgado na terça-feira pelo Comité Central de Médicos, foi de 87 mortos e 191 feridos.

Na segunda-feira, as autoridades anunciaram o estado de emergência e o destacamento do exército para o Darfur Ocidental.

No entanto, segundo Mohamed Abdallah Douma “por enquanto, as forças de Cartum não foram enviadas” para a área.

As Nações Unidas adiantaram que a violência eclodiu, no sábado, entre os Rizeigat árabes e as tribos Masalit, não árabes, em Genena, a capital da província ocidental de Darfur, depois de homens armados não identificados terem matado a tiro duas pessoas dos Masalit e desde então as duas tribos envolveram-se em confrontos.

A ONU indicou que todas as atividades humanitárias foram suspensas, afectando “mais de 700.000 pessoas”, e um número indeterminado de pessoas fugiu das suas casas e refugiou-se em mesquitas e edifícios públicos.

Em janeiro, duas semanas após o fim da missão conjunta de manutenção da paz ONU-União Africana no Darfur, confrontos semelhantes deixaram mais de 200 mortos, na sua maioria no Darfur Ocidental.

A região tem sido palco de conflitos desde 2003, entre forças do regime do ex-Presidente Omar al-Bashir, que foi deposto em abril de 2019 sob pressão popular, e membros de minorias étnicas que se sentiam marginalizados.

O Governo tinha destacado milícias armadas, compostas principalmente por árabes nómadas, acusados, em particular, de levar a cabo uma “limpeza étnica”.

A violência deixou cerca de 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados, a maioria nos primeiros anos do conflito, segundo a ONU.

O governo de transição no Sudão assinou um acordo de paz em outubro com vários grupos rebeldes, nomeadamente do Darfur, mas alguns grupos insurgentes da região não o assinaram.

 

 

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