Scholz destaca importância de registar danos infligidos pela Rússia

O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu hoje que a criação de um registo para documentar os danos causados pela agressão russa na Ucrânia é “de enorme importância para o futuro” do país.

Scholz destaca importância de registar danos infligidos pela Rússia

“O registo é um pré-requisito para trabalhar com dados comuns de forma clara”, declarou Scholz sobre o mecanismo cuja criação deve ser hoje aprovada pelos chefes de Estado e de Governo que participam na cimeira do Conselho da Europa em Reiquiavique, na Islândia.

Esse trabalho de documentação estabelecerá posteriormente as bases necessárias para a reconstrução da Ucrânia, observou o chanceler alemão à entrada para a cimeira, afirmando que será necessário continuar a procurar formas de levar à justiça internacional as violações de direitos humanos na Ucrânia.

Também o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, sublinhou, ao chegar à cimeira, que o Registo de Danos constitui “o primeiro passo” real da procura de uma solução para que haja uma compensação pelos prejuízos infligidos por Moscovo com a sua invasão do território da Ucrânia.

“No final, será criado um tribunal internacional e veremos julgados os criminosos de guerra russos, tanto políticos como militares”, indicou.

À quarta cimeira do Conselho da Europa desde a sua fundação, em 1949, assistem, além de Scholz, outros chefes de Estado e de Governo, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Portugal está representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que já manifestou apoio à futura criação de um registo de danos causados pela agressão da Rússia contra a Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 447.º dia, 8.836 civis mortos e 14.985 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

ANC // SCA

By Impala News / Lusa

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