Rússia insiste no envolvimento dos EUA no alegado ataque ao Kremlin

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, insistiu hoje no envolvimento dos Estados Unidos no alegado ataque contra o Kremlin (presidência), defendendo que não poderia ter ocorrido sem o conhecimento de Washington.

Rússia insiste no envolvimento dos EUA no alegado ataque ao Kremlin

“Trata-se de um ato hostil. É evidente que os terroristas de Kiev não o poderiam ter cometido sem que os seus chefes tivessem conhecimento”, afirmou Lavrov durante uma viagem à Índia, citado pela agência francesa AFP.

Moscovo acusa os Estados Unidos e os seus aliados de estarem envolvidos numa guerra “por procuração” contra a Rússia através da Ucrânia, que invadiu em 24 de fevereiro de 2022.

A Rússia atribuiu um ataque com ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) contra a sede da presidência russa, em Moscovo, na terça-feira à noite, às forças ucranianas com o apoio dos Estados Unidos.

Moscovo disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, não estava no Kremlin no momento do alegado ataque, mas considerou tratar-se de uma tentativa para o assassinar.

A Ucrânia negou qualquer responsabilidade, bem como os Estados Unidos.

“A capacidade de mentir dos nossos amigos ucranianos e ocidentais é bem conhecida”, reagiu Lavrov em Goa, após uma reunião dos chefes da diplomacia da Organização de Cooperação de Xangai, que integra também China, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo insistiu que Moscovo tomará medidas de retaliação contra a Ucrânia, mas sem especificar.

“Somos muito pacientes”, acrescentou, segundo a agência espanhola Europa Press.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, a diplomacia russa já tinha advertido que Moscovo “responderá de acordo com a avaliação da ameaça que Kiev criou para a liderança” da Rússia.

O ministério de Lavrov reafirmou também a acusação de que Kiev tem o apoio de países ocidentais, que lhe fornecem armas e informações, treinam os militares e “apontam-lhes alvos”.

Diversos analistas ocidentais admitiram que o incidente, mostrado pelas televisões russas, terá sido organizado por Moscovo como um ato de propaganda.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), com sede nos Estados Unidos, considerou como “extremamente improvável” que ‘drones’ pudessem atravessar os vários sistemas de defesa antiaérea instalados em Moscovo.

Imagens de satélites, captadas em janeiro, mostram que as autoridades russas instalaram sistemas de defesa de mísseis Pantsir terra-ar perto de Moscovo para o fortalecimento de círculos defensivos à volta da capital do país.

Para o ISW, um ataque “não detetado” pelos sistemas de defesa contra um objetivo tão importante como o Kremlin constituiria uma “grande vergonha para a Rússia”.

A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise mais grave de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O número de baixas civis e militares não é conhecido, mas diversas fontes, incluindo a ONU, dizem que será muito elevado.

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By Impala News / Lusa

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