Rússia anuncia acordo para retirar combatentes feridos de Azovstal

O Ministério da Defesa russo anunciou hoje um acordo para retirar combatentes ucranianos feridos que se encontram entrincheirados no complexo siderúrgico de Azovstal, o último bastião da resistência ucraniana na cidade portuária de Mariupol.

Rússia anuncia acordo para retirar combatentes feridos de Azovstal

As autoridades ucranianas não confirmaram, até agora, qualquer acordo. “Um regime de silêncio [das armas] está em vigor atualmente e um corredor humanitário aberto, pelo qual os soldados ucranianos feridos estão a ser transportados para os estabelecimentos médicos de Novoazovsk”, em território controlado pelas forças russas e pró-russas, indicou o ministério da Rússia em comunicado.

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Segundo o texto, trata-se do resultado de negociações com representantes dos próprios militares ucranianos que estão escondidos numa rede de túneis no perímetro daquele gigantesco complexo industrial. A Defesa russa não precisou quantas pessoas serão retiradas do local. De acordo com as autoridades ucranianas, encontram-se ainda lá cerca de 1.000 soldados, 600 dos quais feridos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou na sexta-feira à noite “negociações muito difíceis” para retirar os soldados gravemente feridos e o pessoal médico da siderurgia. Mulheres, crianças e idosos que estavam refugiados nas instalações foram todos retirados no final de abril, graças a uma operação coordenada pela ONU e pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha. A cidade portuária estratégica de Mariupol foi totalmente devastada pelas tropas russas, no âmbito da ofensiva iniciada a 24 de fevereiro sobre território ucraniano.

A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 82.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou até agora que 3.573 civis morreram e 3.816 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

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