Reino Unido empenhado em intensificar colaboração com Timor-Leste

O embaixador britânico na Indonésia e Timor-Leste disse hoje que Londres está a estudar a abertura de uma missão diplomática em Díli, vincando que quer isso aconteça, quer não, vai intensificar a sua colaboração com o país.

Reino Unido empenhado em intensificar colaboração com Timor-Leste

“Nada está ainda decidido. Seja o que for que aconteça, quer se abra ou não uma embaixada, vamos estar mais ativos e presentes, seja através de uma presença local ou da intensificação de missões da embaixada em Jacarta e de Londres”, disse Owen Jenkins em declarações à Lusa.

“Sempre estivemos interessados em Timor-Leste. Houve uma redução especialmente durante a covid-19, mas o Governo britânico está muito empenhado em fazer mais na Ásia e no indo-pacífico e Timor-Leste é uma parte importante disso”, notou.

Owen Jenkins falava em Díli na reta final da sua terceira e última visita a Timor-Leste, antes de terminar o seu posto em Jacarta, e que pretende, segundo explicou, cimentar e aprofundar os laços bilaterais.

Durante a visita a Díli, Owen Jenkins encontrou-se, entre outros, com o Presidente da República, José Ramos-Horta, e com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, além de outros membros do Governo, outras parceiros internacionais e representantes da sociedade civil.

Trata-se, sublinha uma nota da embaixada britânica, de analisar formas de garantir maior eficácia no programa de cooperação do Reino Unido com Timor-Leste.

Jenkins disse que a história de Timor-Leste desde a independência se baseia na “democracia, Estado de direito e direitos humanos”, sendo mesmo “um farol nessas questões nesta parte do mundo”, o que motiva ainda mais o Governo do Reino Unido.

“Estamos interessados em estar mais presentes, mais ativos e em apoiar mais os nossos amigos aqui”, notou.

O diplomata disse que o apoio se centrará, para já, em aspetos como o desenvolvimento económico, saúde e nutrição, adaptação climática e resiliência e a assistência nos preparativos para a adesão de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Em concreto, Jenkins referiu-se ao diálogo em curso com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para apoio no combate à má nutrição infantil, algo “fundamental” tanto para apoiar as crianças do país, como pelos benefícios económicos que ter jovens melhor alimentados pode ter no futuro.

“Queremos apoiar nesta área de desenvolvimento humano, mas também apoiar outras prioridades do Governo de Timor-Leste, como a adesão à ASEAN, que representa oportunidades nas quais o Reino Unido tem muita experiência, incluindo formação em língua inglesa, e na área de capacitação de recursos humanos para a administração pública, para que possa responder aos desafios da adesão”, notou.

“E ainda o setor de alterações climáticas, em que Timor-Leste tem riquezas naturais, mas é também um país vulnerável às alterações climáticas. Estamos ainda na fase preliminar, mas queremos ver onde podemos apoiar os planos de Timor-Leste nesta área”, disse.

Sobre a adesão à ASEAN, Owens, que reside em Jacarta, referiu-se a um “sentimento muito positivo”, com a presidência indonésia da organização regional a dar prioridade a este processo.

“A decisão [da cimeira] em Labuan Bajo [de aprovar o roteiro de adesão] faz parte disso. Faz avançar a decisão de admissão em princípio, e enquadrar isso na realidade. A tarefa agora para a ASEAN e para Timor-Leste, apoiado por parceiros de desenvolvimento, é garantir que trabalhamos nessa lista e apoiamos Timor-Leste em conseguir alcançá-la”, disse.

Noutro âmbito, Owen referiu-se ainda à crescente comunidade timorense no Reino Unido, sublinhado o seu importante contributo para a sociedade e os benefícios que representa também para Timor-Leste.

“Em termos gerais é uma comunidade que contribui para a economia, trabalham em vários setores, é uma relação mutuamente benéfica. Preocupa-nos a pequena minoria de pessoas que abusa do direito a visitas sem visto e isso é algo sobre o qual tenho falado com o Governo”, disse.

“Em termos gerais é uma comunidade que valorizamos e que contribui para o Reino Unido e para Timor-Leste, se entrarem através do processo normal, e temos também um programa global de trabalho sazonal. Os timorenses são muito bem vindos no Reino Unido”, garantiu.

 

ASP // JH

By Impala News / Lusa

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