Condenado a prisão perpétua o primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra

Um tribunal ucraniano condenou Vadim Shishimarin, o primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra, a prisão perpétua. O sargento russo estava acusado do assassinato de Oleksandr Shelipov, de 62 anos.

Condenado a prisão perpétua o primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra

Um tribunal ucraniano condenou Vadim Shishimarin, o primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra, a prisão perpétua. O sargento russo estava acusado do assassinato de Oleksandr Shelipov, de 62 anos. A morte do civil aconteceu na vila de Chupakhivka, no nordeste da Ucrânia, a 28 de fevereiro. O militar assumiu o disparo mortal, alegando em sua defesa que estava apenas a cumprir ordens. Pediu ainda perdão à viúva do homem assassinado. Existem mais crimes de guerra sob investigação enquanto Moscovo continua a negar que os soldados russos estejam a atacar civis.

Soldado russo julgado por crimes de guerra pede perdão
O primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra na Ucrânia desde o início da invasão russa, acusado de matar um civil ucraniano, pediu “perdão” à viúva da vítima, durante o julgamento a decorrer num tribunal em Kiev (… continue a ler aqui)

Este julgamento, que decorreu em Kiev, está a ser visto como uma forma de a Ucrânia conseguir provar que estão a ser mortos civis e que realmente existem crimes de guerra. O país presidido por Volodomyr Zelensky dá conta da existência de mais de 11 mil crimes de guerra. No momento do crime, o condenado seguia na viatura com outros soldados russos. A vítima estava a falar ao telefone no momento em que foi assassinada. O advogado de defesa referiu em tribunal que o soldado russo recusou duas ordens para disparar e que apenas um dos quatros tiros disparados atingiu a vítima. Foi ainda referido que só disparou por medo da própria segurança.

A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

Texto: Bruno Seruca

 

 

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