Presidente do Parlamento Europeu pede “passo em frente” sobre política migratória

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, pediu aos Estados-membros que deem “um passo em frente” para acordar “normas comuns e atualizadas” sobre política migratória, após um naufrágio no sul de Itália que matou pelo menos 45 pessoas.

Presidente do Parlamento Europeu pede

Presidente do Parlamento Europeu pede “passo em frente” sobre política migratória

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, pediu aos Estados-membros que deem “um passo em frente” para acordar “normas comuns e atualizadas” sobre política migratória, após um naufrágio no sul de Itália que matou pelo menos 45 pessoas.

“A tragédia na deixa-me com raiva e com o coração partido”, escreveu no Twitter, depois de “outro naufrágio ter ceifado a vida de bebés, mulheres e homens”.

A presidente do Parlamento Europeu sublinhou que “os Estados-membros devem agora dar um passo em frente e encontrar o caminho a seguir”, porque “a UE precisa de regras comuns e atualizadas” que lhe permitam “enfrentar os desafios migratórios”.

“Existem planos sobre a mesa para atualizar e reformar as regras europeias de asilo e migração. Os Estados-membros não devem deixá-los lá. Podemos ser justos e humanos com aqueles que precisam de proteção, duros com aqueles que não precisam e fortes contra traficantes que exploram as pessoas mais vulneráveis”, destacou.

Metsola refere-se à reforma da política migratória e de asilo que os 27 aguardam há mais de dois anos sem ter alcançado progressos substantivos num tema politicamente muito sensível e que divide as capitais europeias.

Os Chefes de Estado e de Governo abordaram o debate sobre a migração na cimeira de 10 de fevereiro e concordaram em tomar medidas para acelerar o regresso dos migrantes irregulares e aumentar os fundos para a proteção das fronteiras externas, depois de a Áustria e outros sete países apelarem abertamente ao financiamento da construção de muros.

Antes de Metsola, também a presidente da Comissão Europeia apelou aos Estados-membros para que “redobrem os esforços” para alcançar um acordo sobre a política migratória.

“Estou profundamente triste com o terrível naufrágio na costa da Calábria. A perda de vidas de migrantes inocentes é uma tragédia”, afirmou Ursula von der Leyen, na rede social Twitter.

“Devemos todos redobrar esforços conjuntos no Pacto sobre Migração e Asilo e no Plano de Ação para o Mediterrâneo Central”, acrescentou.

Num último balanço, as equipas de socorro italianas encontraram 45 corpos de migrantes e 80 sobreviventes do naufrágio ocorrido hoje de madrugada ao sul de Itália, mas receiam que possa haver mais vítimas mortais.

Entre as vítimas encontram-se muitas crianças, incluindo um recém-nascido, e mulheres, segundo relatos dos socorristas.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou, num comunicado, o seu “profundo pesar” pela tragédia e disse que era “criminoso colocar um barco de 20 metros com 200 pessoas a bordo e uma previsão de mau tempo” no mar.

A incerteza quanto ao número de vítimas deve-se a diferentes relatos dos sobreviventes quanto às pessoas que viajavam no barco que naufragou ao amanhecer perto da cidade italiana de Crotone, na Calábria (sul).

O número de passageiros adiantado por sobrevivente varia entre 150 e 250, disseram elementos das equipas de socorro, admitindo haver dificuldades de comunicação com os migrantes por causa da língua.

A imprensa italiana noticiou que os migrantes são do Iraque, Irão, Síria e Afeganistão, depois de inicialmente também ter sido referida a presença de paquistaneses.

Segundo a guarda costeira, o barco partiu-se nas rochas a poucos metros da costa, numa altura em que o mar estava muito agitado.

As imagens da polícia italiana mostravam destroços de madeira espalhados ao longo de uma centena de metros da praia, onde muitos socorristas e sobreviventes estavam à espera de serem transferidos para um centro de receção.

Meloni disse que o Governo está empenhado em evitar a partida de barcos em condições que resultem em tragédias como a de hoje, e prometeu continuar a fazê-lo, “exigindo sobretudo a maior colaboração dos Estados de partida e de origem”.

Este naufrágio ocorreu poucos dias depois de o parlamento ter aprovado novas regras controversas sobre o resgate de migrantes, formuladas pelo executivo dominado pela extrema-direita.

Meloni, líder do partido de extrema-direita Fratelli d’Italia (FDI), assumiu a chefia de um governo de coligação em outubro de 2022, após prometer reduzir o número de migrantes que chegavam a Itália.

A nova lei obriga os navios humanitários a efetuar apenas um salvamento de cada vez, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de morte no Mediterrâneo central, que é considerado a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.

A localização geográfica da Itália torna-a um destino privilegiado para os requerentes de asilo que se deslocam do Norte de África para a Europa e Roma há muito que se queixa do número de chegadas no seu território.

Segundo o Ministério do Interior, quase 14.000 migrantes desembarcaram em Itália desde o início do ano, contra cerca de 5.200 durante o mesmo período do ano passado e 4.200 em 2021.

HB (PNG) // CSJ

By Impala News / Lusa

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