Portugal manifesta abertura a eventual adesão da Suécia e Finlândia à NATO

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, expressou hoje, em Bruxelas, a abertura de Portugal a eventuais pedidos de adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, embora ressalvando que esse é um debate interno dos dois países.

Portugal manifesta abertura a eventual adesão da Suécia e Finlândia à NATO

“Portugal tem uma relação muito próxima, muito amistosa com a Finlândia e a Suécia. São ambos Estado-membros da União Europeia, trabalhamos em estreita ligação com a Finlândia e a Suécia”, começou por dizer, à chegada a uma reunião de chefes de diplomacia da Aliança Atlântica, quando questionado sobre a posição do Governo relativamente a esta questão, abordada também pelo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

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João Gomes Cravinho salientou que “há um debate interno na Finlândia e na Suécia sobre essa questão e Portugal não quer de forma alguma interferir naquilo que é o debate interno”. “Mas a proximidade que nós temos com esses países é o suficiente para indicar que nós nunca seremos um obstáculo àquilo que eles decidirem em relação à sua própria segurança”, concluiu. O secretário-geral da NATO disse hoje acreditar que, caso Suécia e Finlândia decidam candidatar-se à Aliança Atlântica, o processo de adesão pode ser “bastante rápido”, dado os dois países já estarem há muitos anos próximos da organização.

“Não há outros países que estejam mais próximos da NATO, que tenham trabalhado tão de perto connosco durante tantos anos, em termos de interoperabilidade e exercícios militares, além de que sabemos que cumprem os nossos requisitos ao nível do controlo político democrático civil das instituições de segurança e das forças armadas. Essa é a razão pela qual acredito que um eventual processo de adesão para estes países pode ser bastante rápido”, afirmou o dirigente norueguês à chegada ao quartel-general da Aliança, em Bruxelas.

O secretário-geral sublinhou também por várias vezes que “cabe à Finlândia e à Suécia decidirem se querem candidatar-se a ser membros ou não”, mas reforçou que, caso seja essa a sua vontade, tudo aponta para um processo célere. “Caso decidam candidatar-se, a minha expectativa é que todos os aliados os acolham. E, tendo em conta que Suécia e Finlândia são os nossos mais próximos parceiros […], sabemos que podem facilmente aderir a esta Aliança se decidirem candidatar-se”, disse.

Questionado sobre as garantias de segurança que podem ser dadas aos dois países no período intermédio entre uma eventual candidatura e o encerramento do processo — durante o qual poderiam estar particularmente vulneráveis a represálias da Rússia -, Jens Stoltenberg disse estar “certo de que é possível encontrar formas de dar resposta a preocupações que possam ter” relativamente a esse período até à “ratificação final”.

“Penso que não ajuda eu estar a especular na praça pública sobre como podemos ao certo fazer isso, até porque antes de mais é preciso saber se querem aderir. Mas estou confiante de que se decidirem fazê-lo, sentar-nos-emos e seremos capazes de encontrar uma forma de lidar com essa questão. Mas, repito, cabe à Suécia e Finlândia decidirem”, disse. Suécia e Finlândia já foram alvo de ameaças de Moscovo no quadro dos debates em curso sobre a possível adesão à NATO, relançados com a invasão da Ucrânia pela Rússia, após o Kremlin ter exigido que Kiev renunciasse à pretensão de aderir à Aliança.

Imagens em direto da Guerra na Ucrânia

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU.

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