Portugal desperdiça seis milhões em apoios para fruta nas escolas
Portugal registou a pior taxa de execução da União Europeia num programa que chegou, no ano passado, a 160 mil alunos de 140 municípios. Apesar dos seis milhões em apoios para fruta nas escolas, ministério da Agricultura rejeita fracasso.
A manchete da edição impressa do JN impresso deste domingo, 9 de janeiro, dá conta de que Portugal desperdiçou seis milhões de euros em apoios para fruta nas escolas, desde 2017. Os fundos atribuídos ao programa Regime de Fruta Escolar eram destinado a alunos do 1.º Ciclo e a taxa de execução portuguesa foi a mais baixa da União Europeia, apenas 38% no ano letivo passado: 1,25 milhões dos quase 3,3 milhões atribuídos a Portugal.
Ministra da Agricultura rejeita fracasso dos apoios para fruta na escola e responsabiliza câmaras
Bélgica e Espanha foram os segundo e terceiro países em desperdício destes fundos, ainda assim muito longe de execução do nosso país. Os belgas aproveitaram 73% do apoio e os espanhóis 86%. Todos os outros países da União Europeia aproveitaram as verbas na totalidade. No ano passado, de acordo com o Ministério da Agricultura, o regime da fruta nas escolas “chegou a 160 mil alunos”. Nas escolas de 1.º Ciclo públicas estavam inscritos em 2019/2020 (dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação), mais de 317 mil alunos, significando mais de metade não usufruiu da ajuda.
Duas peças de fruta por semana para “promover bons hábitos alimentares”
Para o Ministério da Agricultura, que coordena o programa, o objetivo era “pôr as crianças a comer fruta e hortícolas também ao lanche” para “promover bons hábitos alimentares em idades precoces e contrariar, no longo prazo, o problema da obesidade infantil”. As candidaturas foram feitas pelos municípios e as escolas “distribuem duas peças por semana”, desde “maçãs, bananas, cerejas ou tangerinas” e ainda “tomate ou cenouras às rodelas”. A ministra Maria do Céu Antunes rejeita contudo, citada pelo JN, que a execução tenha fracassado. “Efetivamente, registou-se baixa adesão por parte de alguns municípios” e apontou “muitas câmaras” da Área Metropolitana de Lisboa ou “nenhum” agrupamento da Região Autónoma da Madeira, que “não aderiram ao programa”, em “alguns casos por desinformação”.
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