Polícia angolana aperta vigilância para evitar entrada de grupos armados da RDCongo

O comandante-geral da Polícia Nacional de Angola informou que estão em curso ações de reforço de patrulhamento na fronteira com a República Democrática do Congo, para evitar a “penetração” de grupos armados em território angolano.

Polícia angolana aperta vigilância para evitar entrada de grupos armados da RDCongo

O comandante-geral da Polícia Nacional de Angola informou hoje que estão em curso ações de reforço de patrulhamento na fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo), para evitar a “penetração” de grupos armados em território angolano.

A situação afeta o leste de Angola e resulta dos conflitos étnico-políticos no Casai e Casai Central, na RDCongo, na fronteira com a província angolana da Lunda Norte, para onde terão fugido mais de 12.000 refugiados congoleses nos últimos dias, face à onda de violência naquela região.

“Estão a ser tomadas as medidas. Nós não podemos ficar impávidos, estamos a tomar as medidas de contenção para que não haja penetração de forças armadas para dentro do nosso país”, disse o comissário Ambrósio de Lemos.

Em declarações à rádio pública angolana, o comandante-geral da Polícia Nacional garantiu que os refugiados congoleses que se encontram em território nacional estão a receber “tratamento humanitário” e que no plano político o caso está a ser tratado “Estado a Estado” e através de uma comissão interministerial criada para o efeito pelo Governo de Angola. No domingo, só no Centro de Acolhimento de Mussungue, na Lunda Norte, estavam instalados mais de 3.200 refugiados, dos quais 1.400 eram crianças, número que não parava de aumentar, segundo as autoridades locais.

A situação já levou o Chefe do Estado-Maior Adjunto das Forças Armadas da RDCongo, general Dieudonnè Ameli ao Dundo, na Lunda Norte, para uma reunião com o general Gouveia de Sá Miranda, comandante do Exército angolano. Só a província da Lunda Norte partilha 770 quilómetros de fronteira com a RDCongo, dos quais 550 terrestres e os restantes com limites fluviais. Além dos conflitos internos e instabilidade militar na região de Casai, a RDCongo está em crise generalizada depois de o Presidente Joseph Kabila, cujo mandato terminou a 20 de dezembro de 2016, se ter negado a deixar o poder.

Kabila, no poder desde o assassinato do pai em 2001, Laurent-Desiré Kabila, estava impedido pela Constituição da RDC de concorrer a mais um mandato, mas as eleições foram adiadas. A proliferação de doenças endémicas é uma das preocupações no momento, embora já tenha sido montado um posto para o bloqueio de cólera, no Centro de acolhimento do Mussungue.

 

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