PAN mantém confiança em dirigente que deu “esclarecimentos jurídicos” a grupo violento

O partido PAN afirmou hoje que mantém a confiança política em Cristina Rodrigues, que vai pedir à PGR que esclareça se está a ser investigada por alegadas ligações a um grupo violento.

PAN mantém confiança em dirigente que deu

O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) afirmou que mantém a confiança política na sua dirigente Cristina Rodrigues, que vai pedir à Procuradoria-Geral da República que esclareça se está a ser investigada por alegadas ligações ao grupo violento de resgate animal IRA.

Em comunicado, o partido admite que «Cristina Rodrigues prestou esclarecimentos jurídicos» ao autodenominado Intervenção e Resgate Animal (IRA), um grupo que admite agir à margem da lei em ações de resgate de animais alegadamente mal tratados numa reportagem exibida na quinta-feira na TVI.

 

PAN rejeita ligação a grupo violento

Cristina Rodrigues, chefe de gabinete do grupo parlamentar do PAN e membro da comissão política do partido, é, de acordo com a reportagem, suspeita de ser uma das operacionais do grupo que surge encapuzada num vídeo do IRA em que várias pessoas surgem com utensílios como machados, bastões ou marretas.

«Tendo em conta algumas imagens transmitidas e até ao esclarecimento dos alegados factos, Cristina Rodrigues cessa todo o apoio a qualquer associação», afirma o PAN, que admite que a dirigente desconhecia «qualquer prática à margem da lei».

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Além disso, alega, no comunicado, que teve contacto com o IRA, «tal como aliás o fez com tantas outras várias dezenas de pessoas, associações e grupos informais», uma «prática altruísta que já realizava antes de ingressar no PAN».

Além disso, «com caráter de urgência», Cristina Rodrigues pede à Procuradoria que esclareça se a está a ser investigada e nega as acusações que constam da reportagem. Na reportagem, Cristina Rodrigues escuda-se no segredo profissional da advocacia quando questionada sobre as suas ligações ao grupo, admitindo que fez trabalho ‘pro bono’ com o IRA.

 

Vítimas ameaçadas e agredidas

Alegadas vítimas das ações do grupo disseram à reportagem da TVI ter sido ameaçadas, agredidas e expostas nas redes sociais com apelos à violência.

Quanto ao partido, “repudia qualquer tipo de ação individual ou coletiva que intimide a sociedade civil e os cidadãos”.

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“O PAN não tem qualquer ligação ou relação com esta entidade que seja diferente de todas as outras”, declara o partido, esclarecendo que recebeu o IRA no parlamento, “em resposta a um pedido de audiência”.

Nesse encontro, que ocorreu “há cerca de um ano”, o deputado André Silva falou com elementos do grupo, que demonstraram “as suas preocupações” sobre a lei que criminaliza os maus tratos a animais.

Foi uma entre “cerca de 2000 solicitações, entre pedidos de ajuda e denúncias”.

 

PCP e  “Os Verdes” pediram explicações

Já durante o dia de hoje, e face a esta polémica, o Partido Comunista e o Partido Ecológico “Os Verdes” (PEV) questionaram o PAN sobre a ligação entre a Cristina Rodrigues e o grupo de Intervenção e Resgate Animal.

«Relativamente às acusações que são feitas de ligação direta do PAN ao IRA, consideramos que são gravíssimas, a confirmar-se. Temos consciência dessa gravidade e a bola está do lado do PAN, que deve de facto uma explicação cabal sobre essa situação ao país», afirmou Heloísa Apolónia, dirigente dos PEV, terminando «Todos os crimes devem ser devidamente apurados e essa investigação deve decorrer, célere, no sentido de que todas as responsabilidades possam ser apuradas».

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Já o PCP reagiu através de uma nota à imprensa onde refere «As notícias que envolvem dirigentes do PAN em atividades criminosas realizadas a pretexto da defesa dos animais assume particular gravidade» e que «as ligações e relacionamentos estabelecidos entre o PAN e essas atividades exige o cabal esclarecimento desta situação e o correspondente apuramento de responsabilidades».

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