OE2022: “Se amanhã não tiver um orçamento aprovado é porque não quer”, diz BE a Costa

Catarina Martins disse ao primeiro-ministro que se não tiver o orçamento aprovado “é porque não quer”, com António Costa a acusar o BE de não ter dado um único passo em direção ao executivo.

OE2022:

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, disse hoje ao primeiro-ministro que se não tiver o orçamento aprovado “é porque não quer”, com António Costa a acusar o BE de não ter dado “um único passo” em direção ao executivo. No arranque do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), Catarina Martins fez a primeira intervenção pela bancada do BE, acusando o Governo do PS de, nas negociações orçamentais, ter decidido “substituir a negociação pelo ultimato”.

“Se amanhã não tiver um orçamento aprovado é porque não quer. Uma a uma, o primeiro-ministro rejeitou – sem explicar ao país porquê – todas as nove medidas que o Bloco de Esquerda apresentou”, avisou a dirigente bloquista, considerando que o Governo fez “a sua escolha”.

No entanto, para Catarina Martins, “ir para eleições é a escolha errada”. Na resposta, António Costa considerou que as negociações com o BE “tem decorrido num bom clima” e “nunca houve chantagens, nunca houve ultimatos, nunca o Governo disse que queria ir para eleições”. “O Bloco de Esquerda é que até agora não deu um único passo que fosse em direção ao Governo. Isso é que até agora nunca deu”, contrapôs.

 “O meu dever é enfrentar as dificuldades e eu não me demito”, diz Costa

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que o seu dever e o do Governo é “não virar as costas” ao país num momento difícil, garantindo que não se irá demitir. No arranque do debate na generalidade do Orçamento do Estado, o presidente do PSD, Rui Rio, questionou Costa porque não se demitia face ao anunciado chumbo do documento.

Na resposta, o primeiro-ministro reconheceu ao parlamento competência para aprovar ou não o documento e ao Presidente da República “toda a legitimidade” para decidir sobre “a dissolução ou não” da Assembleia da República. “Mas o Governo também tem o dever de interpretar qual é o seu dever perante o nosso país e os portugueses. E sobre isso não tenho a menor dúvida: o dever do Governo, o meu dever, não é virar as costas num momento de dificuldades, é enfrentar as dificuldades e por isso eu não me demito”, assegurou.

 

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