NATO prescinde das restrições à movimentação de tropas junto da fronteira com a Rússia

A NATO já não se considera obrigada a um acordo de 1987 com a Rússia que limitava o estacionamento permanente de tropas da aliança no centro e leste da Europa, disse o vice-secretário-geral da NATO, Mircea Geoana.

NATO prescinde das restrições à movimentação de tropas junto da fronteira com a Rússia

Geoana, que participou num encontro da Assembleia parlamentar da NATO em Vilnius, indicou aos ‘media’ lituanos que nessa reunião foi considerado que “é a Rússia, dirigida por [Presidente russo Vladimir] Putin que saiu de todas as normas e acordos, incluindo o firmado entre a aliança e esse país”. Numa alusão aos pedidos dos países bálticos para que seja assegurada uma maior presença militar permanente da NATO nos seus territórios, acrescentou ter referido aos participantes “que todos os países do flanco leste da NATO estão a pedir a posição mais forte possível da NATO”. “É isso que faremos porque, como disse, basicamente a Rússia suspendeu as restrições que nos impusemos”, adiantou.

“Na realidade, a Rússia acabou com o conteúdo deste acordo. Tomou decisões, estabeleceu compromissos de não agredir os seus vizinhos, o que está a fazer, e promover uma consulta regular com a NATO, que já não faz”, disse Geoana à agência noticiosa báltica BNS. O responsável da organização militar ocidental acrescentou que “a brutalidade da Rússia não conhece limites. Destrói a vida e os bens de milhões de ucranianos. E tem consequências duradouras que a ameaçam a paz e estabilidade da Europa, e mais além”.

Exportação de cereais afetada pela guerra

No entanto, não se referiu diretamente se as forças navais ocidentais poderão romper o bloqueio dos portos ucranianos para permitir a exportação de cereais e outros alimentos. “A Rússia bloqueia os portos ucranianos para chantagear a Ucrânia, nós, e o resto do mundo. Teríamos de ser mais claros e dizer que eles são os fomentadores, enquanto tentamos encontrar soluções, diplomáticas e outras, para que os cereais dos portos ucranianos sejam libertados”.

A exportação de cereais ucranianos tem sido fortemente afetada pela guerra na Ucrânia, contribuindo para o agravamento da insegurança alimentar mundial. Kiev e os países ocidentais acusam Moscovo de bloquear os portos ucranianos do mar Negro, o que os responsáveis russos refutam. As forças ucranianas também minaram as águas próximas dos seus portos para impedir uma eventual tentativa de aproximação russa pelo mar. Algumas minas marítimas já foram detetadas em águas turcas.

 

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