Moedas considera “quase surreal” sucessão de casos no Governo

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), considerou hoje “quase surreal” a sucessão de casos no Governo, manifestando-se preocupado com a situação de “instabilidade” no país, que cria “um desacreditar na política e nos políticos”.

Moedas considera

“Ainda hoje, mais uma vez nas notícias, temos mais um caso, isso cria instabilidade, é lamentável, cria nas pessoas também um desacreditar na política e nos políticos que é gravíssimo para a nossa sociedade e é gravíssimo para o país”, declarou Carlos Moedas, no âmbito da apresentação do levantamento dos prejuízos em Lisboa das chuvas fortes que ocorreram entre 07 e 14 de dezembro.

Questionado sobre a decisão do PSD de se abster na votação da moção de censura ao Governo, proposta pelo grupo parlamentar da Iniciativa Liberal e que está hoje a ser discutida no parlamento, o autarca de Lisboa recusou pronunciar-se: “Como presidente da Câmara não faço comentários sobre as decisões dos partidos políticos e, aliás, nunca o farei”. “Aquilo que faço é um comentário a algo que acho que está a ser quase surreal, que é esta sucessão de casos”, salientou o social-democrata, que preside a Câmara de Lisboa sem maioria absoluta.

Moedas puxa dos  galões

Reforçando que o seu papel é a defesa dos lisboetas, Carlos Moedas defendeu que a função de um político é “garantir a estabilidade às pessoas”. “Se há pessoa que pode ter experiência a conseguir manter estabilidade numa situação política como eu tenho, que é uma situação de minoria, ou seja, em que é difícil, obviamente, manter estabilidade quando temos uma situação de minoria, acho que esse é o garante daquilo que pode ser hoje a vida democrática”, declarou.

O autarca considerou ainda que o que se tem passado nos últimos tempos no Governo “é lamentável”. “Isso não tenho qualquer dúvida, não só como político, não só como presidente da câmara, mas também como pessoa e cidadão deste país”, afirmou. O Correio da Manhã noticiou hoje o arresto de contas conjuntas que a nova secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, tem com o marido e ex-autarca de Vinhais, Américo Pereira (PS), informação divulgada menos de 24 horas depois da tomada de posse da governante.

Processo de 4,7 milhões de euros

O Ministério Público acusou de vários crimes e mandou arrestar bens do advogado e antigo autarca socialista, que saiu da liderança do município em 2017, num processo de mais de 4,7 milhões de euros que tem mais três arguidos. Em causa estão vários negócios celebrados entre 2006 e 2015, que envolvem também uma sociedade, um empresário e o reitor do antigo seminário deste concelho do distrito de Bragança.

Na semana passada, Pedro Nuno Santos demitiu-se de ministro das Infraestruturas e da Habitação, para “assumir a responsabilidade política” do caso da indemnização de 500 mil euros da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro. Esta foi a terceira demissão do Governo em dois dias, depois de Alexandra Reis, da pasta do Tesouro, no centro da polémica com a indemnização, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que acompanhou a decisão de Pedro Nuno Santos.

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