Líder parlamentar do PS acusa Chega de comportamento “profundamente antidemocrático”

O líder parlamentar do PS classificou hoje como “profundamente antidemocrático” a manifestação anunciada pelo Chega como um cerco à sede nacional dos socialistas, em Lisboa, defendendo que este “é um assunto de todos os democratas”.

Líder parlamentar do PS acusa Chega de comportamento

Eurico Brilhante Dias reagia, através de uma publicação no Facebook, ao anúncio feito pelo presidente do Chega e deputado André Ventura de que o partido pretende “fazer um cerco à sede do PS para mostrar a indignação à forma têm governado o país”, numa manifestação marcada para hoje à tarde, no Largo do Rato.

“É profundamente antidemocrático e revela bem como a extrema-direita nunca tem uma agenda construtiva, e não tem limites para colocar em causa as instituições da República. O discurso do ódio, da misoginia, do racismo e da xenofobia passam rapidamente para a falta de educação e para o confronto”, criticou.

O líder parlamentar socialista salientou que, num dos vídeos divulgado nas redes sociais do Chega a apelar à participação neste cerco, André Ventura foi “filmado no Salão Nobre da Assembleia da República”.

“Ao fim de pouco mais de um ano já tivemos de tudo, desde ameaças de confronto físico a insultos. Podemos fingir que não é nada connosco. Afirmar que a culpa é sempre da democracia e das suas fragilidades (e tolerância). Ou mesmo que alguns aproveitam taticamente a circunstância. Enganam-se. Isto é mesmo um assunto de todos os democratas”, defendeu Brilhante Dias.

Já na sexta-feira, o antigo dirigente socialista Francisco Assis tinha manifestado repúdio pela manifestação convocada pelo Chega em frente à sede do PS, em Lisboa, acusando este partido de vandalismo institucional e de recorrer a uma linguagem mussoliniana.

Numa nota enviada à agência Lusa, Assis considerou que esta manifestação do Chega “deve merecer um veemente e explícito repúdio de todos os democratas portugueses” e adverte que podem estar a ser violados os valores democrático-constitucionais.

Na quinta-feira, o presidente do Chega e deputado André Ventura afirmou à comunicação social que o objetivo seria “fazer um cerco à sede do PS para mostrar a indignação à forma têm governado o país” e disse ter-se reunido com as forças policiais e a Câmara Municipal de Lisboa, esperando “uma manifestação ordeira e pacífica”.

Nas redes sociais do partido, a iniciativa tem sido anunciada como um “cerco ao largo do Rato, contra a corrupção e a impunidade do PS”, com fotografias dos ex-governantes José Sócrates e Armando Vara ou do antigo banqueiro Ricardo Salgado e frases como “em Portugal a corrupção tem uma marca” ou “não ao abuso de poder”.

SMA (PMF/FM) // EA

By Impala News / Lusa

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