Julio Anguita morreu aos 78 anos

O líder histórico do partido de esquerda espanhol Esquerda Unida (IU), Julio Anguita, morreu hoje em Córdova, aos 78 anos.

Julio Anguita morreu aos 78 anos

O líder histórico do partido de esquerda espanhol Esquerda Unida (IU), Julio Anguita, morreu hoje em Córdova, aos 78 anos.

O político morreu às 11:00 no hospital Rainha Sofia de Córdova, onde tinha sido internado há uma semana depois de sofrer uma paragem cardíaca em casa.

Nestes sete dias, Julio Anguita esteve internado em estado crítico na unidade de cuidados intensivos.

O político tinha antecedentes cardíacos, tendo sofrido um enfarte em 1993, em Barcelona (Catalunha), em plena campanha eleitoral, e outro em 1998, em Córdova (Andaluzia).

Conhecido em Espanha como ‘o califa vermelho’, pela maioria absoluta que obteve em Córdova, cidade de que foi presidente da câmara entre 1979 e 1986, Julio Anguita apareceu pela última vez em público há menos de duas semanas, a 4 de maio, num vídeo divulgado na internet em que fazia um apelo à serenidade e racionalidade em plena pandemia de covid-19.

“Nestes momentos de crispação, é necessária serenidade, reflexão e ponderação. O amanhã vai ser definido pela forma como vamos sair do hoje”, disse.

Julio Anguita foi uma figura-chave na organização e representação da esquerda espanhola.

Secretário-geral do Partido Comunista Espanhol entre 1988 e 1998, promoveu a união das formações à esquerda do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) na Esquerda Unida, de que foi coordenador geral entre 1989 e 2000, ano em que se retirou da política ativa.

Em 1996, como candidato à chefia do governo de Espanha, levou a IU a terceiro partido mais votado, depois do Partido Popular (PP) e do PSOE, elegendo 21 deputados.

Foi também o primeiro presidente da câmara comunista de Córdova desde a Guerra Civil.

Filho de um militar, neto e bisneto de polícias, nasceu em Fuengirola (Málaga) a 21 de novembro de 1941. Quando tinha 7 anos, a família mudou-se para Córdova, onde viveu até hoje.

Tirou o curso de Magistério (professor) em Saragoça e mais tarde o de História, tendo lecionado até iniciar a atividade política, em 1972, quando ingressou no Partido Comunista de Espanha (PCE).

Sete anos depois, em 1979, apresentou-se às eleições gerais, obtendo um assento.

O primeiro cargo institucional que ocupou foi, nesse ano, na câmara municipal de Córdova, onde foi eleito presidente graças a um pacto eleitoral entre o PCE, o PSOE e o Partido Socialista Andaluz (PSA).

Deputado andaluz depois das eleições autonómicas de 1982, um ano depois foi reeleito presidente da câmara com maioria absoluta.

Em fevereiro de 1986 renunciou à presidência da câmara para se candidatar às eleições regionais na Andaluzia, nas quais foi eleito deputado regional juntamente com outros 18 membros da lista do partido.

A partir daí, começou a postular-se como sucessor de Gerardo Iglesias à frente do PCE, formação que atravessava uma grave crise desde a saída de Santiago Carrillo, em 1985.

Em 1988, depois da demissão de Gerardo Iglesias, foi nomeado secretário-geral.

Foi candidato à chefia do governo pela primeira vez em 1989, eleições em que o PCE subiu de 7 para 17 deputados e Julio Anguita, eleito deputado, foi líder doi grupo parlamentar comunista.

Em 1990 foi reeleito coordenador geral da IU e recusou as pressões para transformar a coligação em partido, demitindo-se um ano depois ao não ser escolhido para a presidência da IU.

No congresso dos comunistas de 1991 foi reeleito secretário-geral e, em 1992, voltou a ser eleito coordenador-geral da IU, a que juntou o cargo de coordenador para as relações internacionais.

Foi novamente candidato à presidência do governo de Espanha em 1993, voltando a ser eleito deputado e, pela quarta vez, coordenador-geral da IU.

Em 1996 voltou a apresentar-se às eleições gerais e, nesse ano, conseguiu tornar a IU a terceira força política mais votada, com mais de 2,5 milhões de votos e 21 deputados eleitos ao Congresso.

Em 1997 foi eleito pela quinta vez coordenador-geral da IU e, em 1998, sofreu o segundo enfarte, optando por não se recandidatar a secretário-geral do PCE, ficando como membro do Comité Executivo do partido.

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