Hong Kong emite providência cautelar para impedir assédio a polícias

O Supremo Tribunal de Hong Kong proíbe, temporariamente, os cidadãos de assediarem agentes policiais online.

Hong Kong emite providência cautelar para impedir assédio a polícias

O Supremo Tribunal de Hong Kong emitiu uma providência cautelar temporária que proíbe cidadãos de assediarem agentes policiais online, impedindo a divulgação de qualquer informação sobre os polícias, incluído os seus nomes, endereços, fotografias e contas do Facebook.

LEIA DEPOIS
Bebé sem rosto. Rodrigo não ouve e só respira pela boca

Segundo a emissora local RTHK, o Supremo Tribunal de Hong Kong foi persuadido pelo comissário da Polícia, Lo Wai-chung, e pela secretária da Justiça, Teresa Cheng, e a medida vai estar em vigor até ao dia 9 de novembro. Nos últimos dias, as autoridades do território, que vive desde junho a maior crise política desde a transferência de soberania do Reino Unido para a China, em 1997, já tinham declarado outras medidas com vista à proteção das forças policiais na linha da frente dos protestos.

Entre elas, as restrições à reunião perto dos bairros residenciais da polícia e os registos eleitorais mantidos em segredo. Agora, segundo a RTHK, as restrições incluem a proibição de «intimidar, assediar, ameaçar, incomodar ou interferir» com os polícias ou as suas famílias, além da proibição de divulgar informações pessoais sobre os agentes sem a permissão dos mesmos.

Estão proibidas publicações de fotografias de agentes

Estão proibidas ainda a publicação online de fotografias dos agentes policiais e das suas famílias e ainda a proibição de divulgação das suas contas do Facebook e Instagram, de acordo com um comunicado conjunto do chefe da Polícia e da secretária de Justiça. Segundo um comunicado, as pessoas estão também proibidas de «ajudar, causar, aconselhar, adquirir, instigar, incitar, ajudar, favorecer ou autorizar terceiros» a divulgarem essas informações.

A polícia tem denunciado vários casos de doxxing (prática virtual de pesquisar e de transmitir dados privados sobre uma pessoa ou organização) desde o início dos protestos pró-democracia, em junho. Em agosto, as autoridades disseram ter recebido várias centenas de queixas, com os polícias a serem as supostas vítimas em 70% dos casos.

As vítimas de violação de privacidade durante os mais de quatro meses de protestos na antiga colónia britânica não são exclusivamente os polícias, apontou a emissora local. Alguns manifestantes também tiveram as suas informações pessoais partilhadas online e encontraram fotografias suas nas páginas de publicações de notícias pró-Pequim.

Os protestos, que se tornaram massivos em junho após uma controversa proposta de lei de extradição (retirada formalmente na quarta-feira), transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong. Durante os mais de quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as táticas violentas de alguns grupos que apelidam de radicais.

LEIA MAIS
Previsão do tempo para sábado, 26 de outubro

Impala Instagram


RELACIONADOS