
Estado da nação: Ventura diz que combustíveis nunca foram tão caros, Costa critica “truques”
Na primeira ronda de pedidos de esclarecimento do debate do estado da nação, na Assembleia da República, André Ventura abordou a área da saúde, do combate aos incêndios e do preço dos combustíveis para defender que a situação atual é de “um país a empobrecer, um país com menos rendimentos e um país a pagar cada vez mais para sustentar a máquina socialista”.
Criticando António Costa por querer falar “da Ucrânia, da situação internacional, do mar, da costa e das férias dos portugueses” durante o debate do estado da nação, o líder do Chega sublinhou que pretende antes falar dos “2,2 milhões de pobres e 4 milhões a caminho da pobreza” que existem em Portugal.
“Vamos falar daqueles que ganham mil, ou 800, ou 900 euros, e sabem que perderam 30% e 40% do seu poder de compra nas compras de supermercado, na gasolina, no gasóleo, na renda de casa, daqueles que já não conseguem pagar o carro, que não conseguem pagar a sua viatura”, vincou.
Abordando a área dos combustíveis, Ventura sublinhou que, apesar de António Costa dizer que “baixou [a carga fiscal em] 18 pontos percentuais desde 2021 nos combustíveis”, os portugueses “sabem que o que está a dizer não corresponde à verdade”, porque “vão à bomba de gasolina todos os dias”.
“Sabem-no os que nos estão a ver, porque pagam mais do que nunca para pôr o seu carro a funcionar. Por isso, eu vou dar-lhe estes números, que talvez possa confirmar: o gasóleo passou os dois euros e é hoje o mais caro de sempre, e a gasolina está a 2,26 euros por litro. É isto que os portugueses têm que ouvir em casa: 2 euros e 2,26”, sublinhou.
“Portanto, antes de vir para aqui com número, e com história, e com o [ex-primeiro-ministro, Pedro] Passos Coelhos e com etc. devia era vir para aqui dizer isto: ‘portugueses, desculpem pagarem tanto de gasóleo e de gasolina'”, acrescentou.
Na resposta, Costa sublinhou que, “naturalmente”, toda a gente sabe que hoje se está “a pagar mais pelo gasóleo, mais pela gasolina, do que se pagava em outubro”, e que os preços dos combustíveis aumentaram apesar da redução dos 18 pontos percentuais, deixando críticas a Ventura por estar a usar “truques de advogado”.
“O senhor deputado faz aquele truque próprio do advogado, que é dizer assim: ‘bom, se baixou a carga fiscal, como é que as pessoas lá em casa me vão ouvir a dizer que estão a pagar mais, sem desmentir aquilo que eu não posso desmentir’?”, acusou António Costa.
O primeiro-ministro sublinhou que “o que as pessoas têm de saber” é que, se o Governo não tivesse adotado as medidas que tomou, “neste momento, para encherem um depósito de 50 litros de gasóleo, pagavam mais 14 euros do que estão a pagar, e se fossem 50 litros de gasolina, ainda pagavam mais 16 euros”.
“Eu não estou a dizer que a gasolina e o gasóleo não estão a subir. Estão a subir, e de forma dramática. Agora, como sabe, o preço da gasolina e do gasóleo são formados no mercado internacional e não há Governo algum que, até agora, tenha conseguido travar a formação do preço da gasolina e do gasóleo”, frisou.
Costa sublinhou assim que o Governo já fez aquilo que pode fazer, reiterando que reduziu a carga fiscal sobre os combustíveis em 18 pontos percentuais: “O que os Governos podem fazer, foi aquilo que fizemos (…) para que as pessoas paguem menos do que pagariam do que se nós estivéssemos aqui simplesmente a falar, a falar, a falar, como o senhor faz, e não estivéssemos a fazer o que estamos a fazer: governar”.
TA // SF
By Impala News / Lusa
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