Dezenas de feridos em manifestação contra Governo eritreu em festival cultural na Suécia

Pelo menos 52 pessoa ficaram hoje feridas quando cerca de mil manifestantes invadiram um festival cultural temático sobre a Eritreia nos arredores de Estocolmo para protestar contra o Governo eritreu, indicou a imprensa sueca.

Dezenas de feridos em manifestação contra Governo eritreu em festival cultural na Suécia

Dezenas de feridos em manifestação contra Governo eritreu em festival cultural na Suécia

Pelo menos 52 pessoa ficaram hoje feridas quando cerca de mil manifestantes invadiram um festival cultural temático sobre a Eritreia nos arredores de Estocolmo para protestar contra o Governo eritreu, indicou a imprensa sueca.

Os manifestantes incendiaram lojas e automóveis a atearam vários incêndios, tendo a polícia detido entre 100 a 200 deles.

O jornal sueco Expressen noticiou que cerca de um milhar de manifestantes marcharam em direção ao recinto do festival, ultrapassando os cordões policiais e usando paus e pedras como armas.

O porta-voz da polícia sueca, Daniel Wikdahl, disse à agência noticiosa Associated Press (AP) que “entre 100 e 200 pessoas foram detidas”, sublinhando que o recinto continua sob forte contingente policial, estando em curso investigações para apurar responsabilidades.

Na Suécia vivem dezenas de milhares de pessoas com raízes eritreias. 

O festival dedicado ao património cultural da Eritreia é um evento anual que se realiza desde os anos 1990, mas que tem sido criticado por alegadamente servir de instrumento de promoção e fonte de dinheiro para o governo do país africano, segundo os meios de comunicação suecos.

“Isto não é um festival, estão a ensinar às suas crianças discursos de ódio”, disse o manifestante eritreu Michael Kobrab à estação sueca TV4.

Os grupos de defesa dos direitos humanos descrevem a Eritreia como um dos países mais repressivos do mundo. 

Desde que se tornou independente da Etiópia, há três décadas (24 de maio de 1993), a pequena nação do Corno de África tem sido liderada pelo Presidente Isaias Afwerki, que nunca realizou eleições.

Milhões de pessoas fugiram de condições como o recrutamento militar forçado.

Um participante no festival, Emanuel Asmalash, também falou à TV4 e acusou os manifestantes de serem “terroristas” da Etiópia.

“Não é razoável que a Suécia se envolva desta forma nos conflitos internos de outros países”, declarou o ministro da Justiça sueco, Gunnar Strömmer, numa declaração escrita à agência noticiosa sueca TT.

“Quem foge para a Suécia para escapar à violência, ou está temporariamente de visita, não deve causar violência aqui. Os recursos da polícia são necessários para outros fins que não o de manter os diferentes grupos separados uns dos outros”, acrescentou Strömmer.

 

JSD // MAG

By Impala News / Lusa

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