Covid-19: Cabrita pede «nervos de aço» para enfrentar tempos difíceis

O ministro da Administração Interna fez a defesa das opções do Governo na resposta à pandemia, criticadas pela oposição no parlamento, e pediu “nervos de aço” para “enfrentar tempos difíceis”.

Covid-19: Cabrita pede «nervos de aço» para enfrentar tempos difíceis

Eduardo Cabrita falou durante 10 minutos no encerramento do debate sobre a renovação do estado de emergência e admitiu que Portugal viveu, em janeiro, o “mês mais difícil desta pandemia”, afirmando que a resposta do Governo esteve em linha com as opções tomadas por outros países da Europa.

Num tom menos acalorado do que noutros debates nos últimos meses, o ministro pediu, ainda assim, que “não se confunda demagogia com resposta séria” de “todos os órgãos de soberania”, com a “coesão nacional necessária para enfrentar tempos difíceis”.

O governante admitiu que janeiro foi um mês “particularmente complexo” e fez a defesa das opções que, “com realismo”, foram tomadas pelo executivo há duas semanas, na anterior renovação do estado de emergência, e que as decisões, mais restritivas, “começam a ter efeito”.

“Por isso, temos de prosseguir, prosseguir com nervos de aço”, apelou.

Apresentando resultados, o ministro exemplificou com a queda no número de internados com covid-19 relativamente ao período do pico (18% no geral) e menos 7,5% quanto aos internados em cuidados intensivos.

Sem ser num tom tão crítico como noutros debates, o titular da Administração Interna anotou que, ainda há “alguns dias”, numa referência implícita ao PSD e ao seu líder, Rui Rio, havia quem punha “em causa se os estabelecimentos deviam abrir à tarde ou estar fechados, se devia haver limites à circulação ou se isso era inaceitável”.

Já sobre a vacinação — um processo que tem merecido críticas dos partidos da oposição — Cabrita dirigiu-se diretamente a Rio, que abordou o tema no seu discurso, e, porque “não há uma agenda secreta, anunciou mais números, ao revelar que, até às 8:30 de hoje, foram administradas 422.546 doses, 303 mil portugueses receberam a primeira dose, e 133 mil a segunda.

O parlamento autorizou hoje a renovação do estado de emergência até 01 de março para permitir medidas de contenção da covid-19, com votos favoráveis de PS, PSD, CDS-PP e PAN.

A deputada não inscrita Cristina Rodrigues também votou a favor. O BE voltou a abster-se e PCP, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira mantiveram o voto contra este quadro legal, que permite suspender o exercício de alguns direitos, liberdades e garantias.

A votação de hoje foi idêntica à que se verificou nas duas anteriores renovações do estado de emergência, aprovadas no parlamento e decretadas pelo Presidente da República em 13 e 28 de janeiro.

Este foi o décimo primeiro diploma do estado de emergência que Marcelo Rebelo de Sousa submeteu à Assembleia da República no atual contexto de pandemia de covid-19.

 

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