China pede ao TPI que evite padrões duplos após mandado de prisão para Putin

A China pediu hoje ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que evite “dois pesos e duas medidas”, depois de este ter emitido um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra.

China pede ao TPI que evite padrões duplos após mandado de prisão para Putin

China pede ao TPI que evite padrões duplos após mandado de prisão para Putin

A China pediu hoje ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que evite “dois pesos e duas medidas”, depois de este ter emitido um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra.

“O TPI deve adotar uma postura objetiva e imparcial, respeitar a imunidade jurídica dos chefes de Estado (…) e evitar a politização e a duplicidade de critérios”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, poucas horas antes do início da visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, à Rússia.

O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, acusou Putin de ser pessoalmente responsável pelo rapto de milhares de crianças da Ucrânia. Os governos que reconhecem a jurisdição do tribunal vão ser assim obrigados a deter Putin se ele visitar o seu país.

Putin ainda não comentou o anúncio, mas o Kremlin rejeitou a medida e considerou-a “escandalosa e inaceitável”.

Questionado se o mandado de prisão contra Putin ou a sua viagem – relâmpago à cidade de Mariupol vai afetar a visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Moscovo, que arranca hoje, o porta-voz limitou-se a responder que Pequim “sempre defendeu o diálogo e a negociação para resolver a crise ucraniana”.

“A comunidade internacional deve desempenhar um papel construtivo para alcançar um acordo pacífico e fazer mais para promover a paz e as negociações”, acrescentou.

Segundo Wang, as relações entre Pequim e Moscovo “promovem a democratização das relações internacionais e visam a construção de um mundo multipolar”.

Xi chega hoje à Rússia para se encontrar com Putin e falar, entre outras coisas, sobre as tensões com o Ocidente, especialmente os Estados Unidos, e a guerra na Ucrânia.

Num plano para a paz, proposto no final de fevereiro, Pequim destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia, mas apelou também para o fim da “mentalidade da Guerra Fria”, numa crítica implícita ao alargamento da NATO. A China pediu ainda o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia.

A proposta não satisfez nenhum dos lados ou o Ocidente, mas colocou Xi no papel de mediador, um papel que tinha desempenhado recentemente, com sucesso, entre dois países aparentemente irreconciliáveis, a Arábia Saudita e o Irão.

A China foi um dos países que se absteve de votar uma resolução a condenar a invasão russa na Assembleia da ONU.

O líder chinês chega a Moscovo um dia depois de Putin visitar a Ucrânia, pela primeira vez – especificamente o porto de Mariupol (mar de Azov), na região de Donetsk – desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

JPI // SB

By Impala News / Lusa

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