China isenta várias exportações da Nicarágua de tarifas alfandegárias

A Nicarágua reatou relações diplomáticas com a China em dezembro de 2021, imediatamente após anunciar a rutura com Taiwan, na altura um dos maiores parceiros económicos e de cooperação para o desenvolvimento do país da América Central

China isenta várias exportações da Nicarágua de tarifas alfandegárias

Pequim, 25 abr 2023 (Lusa) — A China anunciou que a Nicarágua vai poder exportar produtos como carne bovina, marisco e têxteis para o mercado chinês sem tarifas alfandegárias a partir de 01 de maio, avançou hoje a imprensa oficial chinesa.

A isenção alfandegária atribuída à Nicarágua surgiu num despacho aprovado pela Comissão de Pautas Aduaneiras do Conselho de Estado, o executivo chinês, referiu o jornal oficial Global Times.

Já a China poderá exportar para a Nicarágua, sem pagar tarifas alfandegárias, inseticidas, herbicidas, plásticos e matérias-primas para a produção de têxteis e brinquedos, entre outros produtos.

A Comissão de Pautas Aduaneiras do Conselho de Estado considerou que a implementação do acordo irá elevar a cooperação económica e comercial entre os dois países a um novo patamar, indicou o Global Times.

A decisão vem no seguimento de um compromisso assinado entre Manágua e Pequim em julho, considerado um primeiro passo para o estabelecimento de um acordo de livre comércio entre os dois países.

As negociações de um acordo de livre comércio “poderão demorar muito”, disse o vice-diretor do Centro de Pesquisa Latino-Americana da Universidade de Pequim, Dong Jingsheng, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

A retoma dos laços diplomáticos com Pequim refletiu-se no comércio bilateral, que somou 759 milhões de dólares (686,6 milhões de euros) em 2022, com um crescimento de 43,7% nas exportações da Nicarágua para a China.

Guatemala e Belize são os dois únicos parceiros diplomáticos de Taiwan na América Central, depois de as Honduras terem rompido relações com Taipé, em 26 de março, para estabelecer laços com Pequim.

A decisão de Tegucigalpa também fez das Honduras o nono país, e o quinto da América Latina, que desde 2016 cortou relações com a ilha para reconhecer Pequim como o único governo legítimo de toda a China, como já tinham feito Panamá, El Salvador, República Dominicana e Nicarágua.

No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês, comunista.

O território realizou reformas democráticas na década de 1990 e atualmente uma das mais vibrantes democracias no leste da Ásia. Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

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By Impala News / Lusa

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