CDS-PP: Pires de Lima diz que num partido onde “não existe liberdade” está a mais

O antigo dirigente do CDS António Pires de Lima afirma que está a mais num partido “onde não existe liberdade”, segundo a carta de desfiliação enviada a Francisco Rodrigues dos Santos.

CDS-PP: Pires de Lima diz que num partido onde

“Num partido onde a diferença não é valorizada, eu não faço falta; num partido onde não existe liberdade, eu estou a mais”, afirma o antigo ministro, na carta de desfiliação datada de 31 de outubro, enviada ao presidente do CDS-PP. “Depois de quase 30 anos de militância no CDS (e mais de 40 anos de voto no partido), v. exa conseguiu, com a sua decisão de não permitir o congresso que já estava marcado para este mês de novembro, que nas próximas eleições legislativas já não seja assim”, escreve Pires de Lima na missiva.

Admite que “outra seria” a sua decisão se Francisco Rodrigues dos Santos, “assumindo a responsabilidade política que o momento exige e coerente com a decisão que já previamente tomara, tivesse mantido o congresso, permitindo que nele os militantes do CDS exercessem o direito sagrado de escolherem o presidente do partido que os iria representar nas próximas eleições legislativas”.

CDS-PP atravessa “anos de degradação da vida democrática”

Esta decisão, sublinha António Pires de Lima, “vem culminar anos de degradação da vida democrática do CDS, de que os últimos dias foram o pior exemplo”, considerando que tudo pelo que lutou no partido foi destruído. “Tudo aquilo porque lutei, nomeadamente durante os sete anos em que fui presidente do Conselho Nacional, foi destruído: as pessoas não se respeitam, as formas não são cuidadas e o presidente do CDS, principal responsável pela vida do partido, atua como líder de uma tribo”, aponta Pires de Lima.

Na parte final da carta, de uma página, e a sublinhado, o antigo dirigente do partido afirma: “Com muita tristeza e dor devolvo-lhe o meu cartão de militante. Não o faço com o intuito de prejudicar o CDS, mas sim porque esta é a única forma de poder recuperar a minha liberdade interior”. António Pires de Lima termina a carta dirigindo aos militantes do CDS “um enorme agradecimento pelos 30 anos de caminhada comum”. O ex-ministro da Economia António Pires de Lima anunciou no sábado a sua desfiliação do CDS.

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