BE quer regresso ao parlamento da Madeira nas Regionais/2023

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda afirmou hoje que o partido aposta no regresso ao parlamento da Madeira nas eleições regionais deste ano, porque os eleitores tradicionais que votaram diferente já aferiram que a oposição “ficou mais frágil”.

BE quer regresso ao parlamento da Madeira nas Regionais/2023

Catarina Martins falava junto ao Mercado Agrícola do Santo da Serra, concelho de Machico, no âmbito da visita que efetuou à Madeira, acompanhada pelos candidatos às eleições regionais, ainda sem data marcada, mas que devem realizar-se em setembro ou outubro.

A dirigente bloquista salientou ser “preciso discutir o futuro da Madeira e os problemas. Os períodos de pré campanha são importantes para o fazer”.

Entre os problemas, apontou que “a Madeira está com uma inflação muito alta”, sendo dos locais “onde os preços mais subiram”, com a agravante de ser a região “com os salários mais baixos”.

“Portanto a dificuldade e desigualdade de vida que se sente em todo o país, na Madeira sente-se de forma particular e tem faltado a voz do Bloco de Esquerda no parlamento regional”, argumentou.

Uma das situações que realçou foi a habitação, apontando que, apesar de nesta região autónoma estar a ocorrer mais construção de imóveis, “o problema é que é tudo segmento de luxo”.

“Estão-se a fazer casas para os magnatas ricos que venham de outros países para cá. Porque quem vive e trabalha, recebe um salário não consegue arrendar uma casa, não consegue comprar uma casa. É impossível”, destacou.

“Enquanto isso temos o presidente do Governo Regional e o da Câmara Municipal do Funchal [governados pela coligação PSD/CDS] a dizer que está tudo bem e venham mais ‘vistos gold,, venha mais construção de luxo para os magnatas desse mundo todo”, acrescentou Catarina Martins.

Sobre a situação do BE no cenário político da Madeira, que deixou de ter representação parlamentar, considerou que “houve algum eleitorado que tradicionalmente votou no Bloco e sentiu a certa altura que pudesse encontrar, por exemplo no PS e na sua coligação, uma forma de ter uma mudança”.

Mas, segundo a dirigente nacional bloquista, “isso não aconteceu” e a oposição no parlamento “ficou mais frágil”.

Também questionada sobre a posição do BE relativa ao Centro Internacional de Negócios (CIN), insistiu que o partido “nunca foi contra” a zona franca da Madeira e defende que, por ser uma região ultraperiférica, deve ter “do ponto de vista fiscal uma situação diferente para atrair emprego”.

“Só que é preciso ser sério e os benefícios fiscais têm de servir para se criar emprego e riqueza na região e não para encher os bolsos de uns poucos enquanto a minoria fica cada vez pior”, sustentou.

Quanto às críticas do papa Francisco sobre a Lei da Eutanásia aprovada esta semana na Assembleia da República, opinou que o BE respeita “todas as fés”, mas Portugal é um Estado laico onde as pessoas “têm o direito de conduzir as suas vidas”.

O antigo dirigente e deputado do Bloco de Esquerda/Madeira, o educador social Roberto Almada, volta às lides políticas e é o cabeça de lista anunciado por esta força partidária às eleições legislativas regionais.

Roberto Almada começou a ser uma figura visível na política regional em 1999, tendo-se estreado como deputado na Assembleia Legislativa da Madeira em 2002, substituindo o histórico da UDP na região, Paulo Martins, na sequência da política de rotatividade implementada.

Terminou o mandato em 2005, mas só regressou ao parlamento madeirense em 2008 e foi o cabeça de lista nas várias eleições no arquipélago. Desde 2011 que o BE deixou de estar representado no parlamento madeirense.

Roberto Almada, com 53 anos, foi o coordenador regional do BE/Madeira entre 2008 e 2018, tendo sido substituído por Paulino Ascensão, que foi candidato nas Regionais de 2019, e depois por Dina Letra, a atual dirigente do partido na região, que é a número dois na lista de candidatos das próximas eleições.

“O meu objetivo nestas eleições é ajudar o Bloco a voltar ao parlamento [da Madeira] porque, claramente, faz falta”, declarou Roberto Almada à agência Lusa.

Sobre o seu afastamento das lides partidárias, mencionou ter existido “uma direção que ganhou, tinha que haver espaço para que trabalhasse e isso aconteceu”, assegurando: “Sempre estive no Bloco, sempre estive disponível e quando me chamaram, cá estou”.

AMB // EA

By Impala News / Lusa

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