Mulher morre após três horas de espera nas urgências do Hospital de Braga

Mulher deu entrada nas urgências com suspeita de enfarte do miocárdio, tendo-lhe sido aplicada a pulseira amarela na triagem. Passadas três horas, a utente caiu inanimada na sala de espera.

Mulher morre após três horas de espera nas urgências do Hospital de Braga

Mulher morre após três horas de espera nas urgências do Hospital de Braga com suspeita de enfarte. O caso aconteceu em fevereiro de 2020 e agora a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) deu razão ao homem que reclamou do serviço prestado nas urgências daquela unidade de saúde que levou à morte da sua mãe, que morreu após três horas de espera sem ser vista por um profissional médico.

A utente deu entrada nas urgências pelas 17h com suspeita de enfarte do miocárdio, tendo-lhe sido aplicada a pulseira amarela na triagem. Durante três horas, não foi chamada nem vista por nenhum profissional de saúde, e cerca das 20h caiu inanimada na sala de espera. O óbito foi declarado às 20h04.

ERS entende que houve negligência por parte do Hospital de Braga

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) considera que o Hospital de Braga “desrespeitou os legítimos interesses” da utente que sucumbiu a um enfarte do miocárdio após três horas na sala de espera, em fevereiro de 2020. A vítima, que já tinha sintomas quando deu entrada nas urgências, recebeu uma pulseira amarela, atribuída a casos urgentes.

Segundo a reclamação entregue à ERS pelo filho da paciente, a utente chegou ao serviço de urgências de Braga “pelas 17 horas, com suspeita de enfarte do miocárdio”. Apesar de ter sido considerada prioritária, “cerca de três horas depois ainda não tinha sido observada por profissional médico”.

“Cerca das 20 horas, a utente caiu inanimada na sala de espera, alegadamente por enfarte do miocárdio. O óbito foi declarado às 20.04 horas”, lê-se na deliberação da ERS, incluída na Publicação de Deliberações relativas ao segundo trimestre deste ano.

A entidade entende que houve negligência por parte do Hospital de Braga (HB): “Analisados todos os elementos constantes dos autos, constatou-se que a conduta do HB desrespeitou os legítimos interesses do utente, porquanto não foram assegurados os cuidados de saúde de que necessitava, de forma permanente, efetiva e em tempo útil”.

Pacientes devem ser tratados “humanamente”

Dessa forma, a ERS emitiu uma instrução ao hospital, no sentido de “garantir em permanência que, na prestação de cuidados de saúde em contexto de serviço de urgência, sejam respeitados os direitos e interesses legítimos dos utentes”. A deliberação realça o “direito aos cuidados adequados e tecnicamente mais corretos”, que “devem ser prestados humanamente e com respeito pelo utente”.

A ERS também assinala que a assistência médica deve primar pela “qualidade, celeridade e prontidão”, de modo a evitar “períodos de espera excessivamente longos”. O regulador determina ainda que o hospital proceda à “retriagem” dos utentes “sempre que excedido o tempo alvo de atendimento”, recomendando maior “análise e discussão” sobre “casos problemáticos” resultantes da triagem.

A ERS encaminhou o processo para a Ordem dos Médicos, realçando que é à referida organização que cabe aferir a “adequabilidade clínica da atuação dos profissionais do Hospital de Braga”.

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