Malato desabafa sobre infância traumática: «Tive de envelhecer a correr»

Para José Carlos Malato celebrar o Dia da Criança não é sinónimo de boas recordações. O apresentador desabafou com os fãs sobre esta idade que «reescreveria» se fosse possível.

José Carlos Malato não olha para o Dia da Criança como uma data nostálgica na qual recorda ou revive todas as memórias felizes dessa altura. O apresentador, de 56 anos, recorreu ao Instagram para desabafar com os fãs sobre este período traumático que ainda hoje o atormenta.

«Fui sempre muito menos criança do que deveria ser. Desde cedo, fui confrontado com sentimentos e experiências a que nenhuma pessoa daquela idade deveria ser exposta. Fiz a síntese possível para poder sobreviver e seguir em frente. Muitas dessas experiências romperam a muralha do esquecimento e estão hoje tão presentes que voltei a ter de lidar com elas para voltar a sobreviver e seguir em frente», começou por explicar.

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O rosto da RTP diz que ainda teve a «envelhecer a correr» por causa dessa experiências negativas. Como tal, se pudesse voltar atrás no tempo, viveria a infância de outra forma. «Nunca fui novo porque tive de envelhecer a correr. Para meu bem. E para meu mal. Se pudesse, voltaria à criança da foto e reescreveria a minha vida inteira.»

«Uma vez empurraram-me do alto de uma escada e parti um braço»

Apesar de não revelar quais foram as experiências que tornaram a sua infância num período negro, José Carlos Malato relatou, em 2018, alguns episódios traumáticos dos tempos em que era criança. A orientação sexual do apresentador foi, desde cedo, motivo de bullying por parte dos colegas.

«Era uma criança triste, porque, desde cedo, fui habituado a lidar com conceitos que não eram para a minha idade. Tive de lidar com a culpa, o medo, o pecado e o corpo. Também porque percebi cedo que a minha orientação sexual era diferente da dos outros rapazes. De quase todos. E isso era medonho.»

O apresentador era chamado de «paneleiro» e passou por vários momentos de humilhação. «Sim, eu era paneleiro… Sofri muito. Por exemplo, apalpavam-me o rabo no autocarro, quando eu ia para casa, e faziam-me outras patifarias. Enfim, o ‘normal’ para um puto maricas nos anos 70/80», recordou numa entrevista à TV Guia.

«Davam-me belinhas, punham-me na baliza e mandavam-me grandes bujardos para eu gritar… Eu era um saco de boxe. Uma vez empurraram-me do alto de uma escada e parti um braço», disse à mesma publicação.

José Carlos Malato assume homossexualidade

Foi no mesmo ano, 2018, que José Carlos Malato assumiu, publicamente, a sua orientação sexual. Foi depois da morte do pai, vítima de doença prolongada, que o apresentador assumiu ser homossexual.

«Na minha geração, há coisas que a gente não faz por respeito aos pais. Por respeito ao pai, que é diferente da mãe. Nas gerações mais recentes, isso já não faz sentido. Porque os pais são diferentes, têm outra mentalidade, e os filhos têm a urgência urgente de ser felizes. Foram muitos anos. Onde estiver, compreenderá, finalmente, todas as dimensões da palavra amor», explicou na altura.

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Impala e reprodução Instagram

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