Hora muda este fim de semana | Especialista revela qual o impacto na saúde

Na madrugada do próximo domingo, 27 de outubro, às 2h00, terá de atrasar os ponteiros do relógio 60 minutos para entrar no horário de inverno. Uma decisão muito contestada pelos especialistas, pois está provado que nos três dias que se seguem a esta mudança há um aumento significativo de acidentes de viação, de trabalho e episódios de enfarte agudo do miocárdio.

Hora muda este fim de semana | Especialista revela qual o impacto na saúde

Na madrugada do próximo domingo, 27 de outubro, às 2h00, terá de atrasar os ponteiros do relógio 60 minutos para entrar no horário de inverno. Uma decisão muito contestada pelos especialistas, pois está estatisticamente provado que nos três dias que se seguem a esta mudança há um aumento significativo de acidentes de viação, de trabalho e episódios de enfarte agudo do miocárdio.

O Parlamento Europeu votou este ano a favor do fim da mudança de hora em 2021, ficando a cargo de cada Estado-membro da União Europeia decidir se avança ou não com esta alteração. O Governo português, até agora, pretende manter tudo como até então. Assim, de sábado para domingo, os relógios atrasam das 2h para a 1h, em Portugal continental e na Madeira, sendo que nos Açores, a mudança acontece à 1h da madrugada, passando a ser meia-noite.

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Mudança de hora tem sido contestada

De facto, esta decisão da mudança de horário tem sido muito falada e contestada, não agradando a todos.  Sandra Marques, diretora clínica da Clínica Lusíadas Almada e especialista em sono, explica que o Homem «evoluiu naturalmente sujeito a uma exposição a espectros de luz que varia ao longo das 24 horas, com características diferentes na manhã, no entardecer e durante a noite», sendo influenciado  pelas variações diárias (circadianas) e sazonais que acompanham os diferentes espectros de luz visível.

«A adequada exposição ao correto espectro de luz ao longo das 24 h, promove a saúde, o bem-estar, a resposta imunológica e a capacidade reprodutora. Paralelamente, a exposição a fontes de luz, que não mimetizem a natural evolução da luz solar ao longo das 24 horas, tem consequências para a saúde humana. Tal deve-se ao facto da exposição à luz ter capacidade de interferir e de modificar o nosso ritmo circadiano», um sistema de regulação complexo que alinha o funcionamento interno ao externo (meio ambiente).

Transição para a hora de Inverno é sempre mais favorável

A mudança da hora decorreu de uma decisão politica durante a I guerra mundial, que pretendia diminuir o consumo de carvão pela população civil. Atualmente, são muitos os especialistas em sono que alertam apara os efeitos adversos em milhões de indivíduos. A adaptação fisiológica a um novo horário, nomeadamente  se se transita para a hora de inverno ou para hora de verão, da latitude a que ocorre essa mudança, dos cronotipos individuais (isto é, se os individuos são mais notívagos ou madrugadores).

«Assim, dependendo das características individuais e da latitude, o ajuste pode variar entre um a dois dias ou mesmo duas semanas, sendo que a transição para a hora de Inverno é sempre mais favorável, pois aproxima-se da hora solar», afirma Sandra Marques, revelando que certos estudos «reportam a não adaptação à hora de verão de indivíduos mais notívagos que se vão manter em estado de privação crónica de sono até outubro».

Impacto que a mudança de horário tem para a saúde física e mental

Quanto ao impacto que a mudança de horário tem para a saúde física e mental, Sandra Marques, especialista em sono, refere que está estatisticamente provado que, nos três dias que se seguem a esta mudança, «há um aumento significativo de acidentes de viação, de trabalho e episódios de enfarte agudo do miocárdio». E não é só. De acordo com a diretora clínica da Clínica Lusíadas Almada «a descincronização entre o relógio biológico e o relógio social tem sempre importantes implicações na saúde, nomeadamente consequências na quantidade e qualidade do sono, no humor, na regulação metabólica, nas doenças cardiovasculares, nas doenças neurológicas degenerativas, ou até a nível neoplásico, segundo evidência de estudos recentes».

Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: Pixabay

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